Inflação na China
Os mercados na Ásia tiveram uma noite
de desempenho positivo, liderados por mais um dia de alta na bolsa da China.
Hoje pela manhã, contudo, a sustentação das taxas de juros americanas em
patamar mais elevado está favorecendo um humor um pouco mais cauteloso dos
ativos de risco, com a bolsa americana em leve queda, o USD mais firme ao redor
do mundo e as commodities metálicas operando sobre pressão,
especialmente o Cobre.
A continuidade de um movimento gradual
de abertura de taxa de juros nos EUA está sendo acompanhando por um
fortalecimento do USD. Em conjunto, estes movimentos me levam a crer que o
efeito das medidas do Banco Central Euorpeu na semana passada, para os ativos
fora da Europa, já fizeram o preço que tinha que ser feito. De agora em diante,
o movimento das taxas de juros nos EUA deverá voltar a ditar a dinâmica de
mercado. Continuo trabalhando com um cenário de abertura gradual das taxas de
juros americanas, o que deve favorecer o fortalecimento do USD e tornar o
ambiente um pouco mais desafiador aos ativos EM e High Yields. A velocidade da
abertura de taxas é importante para medir o quão acentuado será os movimentos
nos demais mercados. Uma abertura de taxas rápida e acentuada pode, inclusive,
levar a uma correção nas bolsas americanas, e gerar um movimento de “Risk-Off”
mais generalizado. Movimentos mais graduais de abertura, podem favorecer o USD
e o US Yields, mas não necessariamente serão negativos para as bolsas globais e
para todos os mercados emergentes.
O Brasil vive um mundo a parte, em que
as pesquisas eleitorais, pelo menos ao longo dessa semana, quem ditarão o humor
dos mercados locais. O BRL, além do cenário eleitoral, convive com um Banco
Central ainda bastante ativo no mercado de câmbio, o que está ajudando na
manutenção de uma performance relativa melhor dele em relação a seus pares.
China – Em maio, o CPI
passou de 1.8% YoY para 2.5% YoY, e o PPI saiu de -2.0% YoY para -1.4% YoY
ambos, basicamente, em linha com as expectativas do mercado. Grande parte da
alta pode ser explicada pela aceleração de Alimentação, item que costuma ser
sazonal e bastante volátil. A inflação é um dos menores problemas que a China
convive atualmente e os números de hoje em nada alteram o cenário de
curto-prazo da economia. Mesmo com a alta na inflação, podemos esperar que o
PBoC mantenha uma postura pro-crescimento, anunciando novas medidas de suporte
a economia, além daquelas já colocadas em pratica ao longo das últimas semanas.
Europa – Em abril, a
produção industrial da França apresentou alta de 0.3% MoM e -2.0% YoY, enquanto
na Itália a alta foi de 0.7% MoM e 1.6% YoY. Já na Inglaterra, a produção
industrial subiu 0.4% MoM e 3.0% YoY. Os número ficaram levemente acima das
expectativas, mas apenas de maneira suficiente para recuperar as perdas verificadas
em março. O cenário de crescimento da região continua fragilizado. Será muito
difícil vermos o crescimento da região se distanciar muito de 1.0%-1.5% ao
longo deste ano.
EUA – A agenda do
dia trará alguns indicadores de “segunda ordem”, mas que serão interessantes a
luz dos recentes dados de crescimento e emprego no país. Teremos NFIB Small Business Optimism, JOLTs Job
Openings e Wholesale Inventories.
Brasil – A divulgação
hoje do fluxo pedagiado de veículos completará os indicadores
antecedentes para rodarmos nossa previsão de produção industrial de maio, cujos
os sinais até o momento são de continuidade de um crescimento pífio. Fora isso,
o foco total ficará por conta de 4 pesquisas eleitorais que serão divulgadas ao
longo da semana.
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