Crédito no China, Produção Industrial na Europa e Ruído Geopolítico no Iraque

Os ativos de risco estão abrindo o dia sem movimentações relevantes, a espera de algum novo trigger. As vésperas da reunião do FOMC na semana que vem nos EUA, as vendas no varejo de hoje devem ganhar atenção especial, assim como as vendas no varejo no Brasil podem favorecer movimentações nos desprezíveis na curva local de juros.

EUA - O dia será marcado pela divulgação das vendas no varejo de maio e do Jobless Claims da última semana as 9h30. Caso os indicadores mostrem novos sinais de solidez da economia, podemos esperar que o movimento gradual de alta de taxas de juros volte a imperar no mercado, dando suporte ao USD e trazendo um ambiente mais desafiador para os ativos de Carry e EM.

Brasil - As vendas no varejo de abril serão divulgadas as 9h00, com expectativas de queda de 0,1% MoM e alta de 6,2% YoY. Os ativos locais continuam vivendo em um mundo a parte, muito mais reativos ao cenário político do que ao cenário econômico. Acredito que a bolsa deve continuar com esta dinâmica, mas o mercado de juros volte a responder ao mix de crescimento+inflação+política monetária ao longo do tempo, e o BRL comece a reagir mais ao ambiente externo.


China - Os dados de crédito divulgados hoje a noite mostraram um M2 acelerando de 13,2% YoY para 13,4% YoY e o New Loan subindo $871b, acima das expectativas de 13,2% YoY e $750b. Os números confirmam que o PBoC vem adotando uma política mais frouxa nas última semanas, com intuito de dar suporte ao crescimento do país. Novas medidas de estímulo devem continuar sendo colocadas em prática ao longo dos próximos meses, o que deve evitar uma nova espiral de desaceleração da economia.

Europa - A produção industrial de abril apresentou alta de 0,8% MoM, muito acima das expectativas de 0,5% MoM e revertendo as perdas de 0,4% MoM no mês anterior. O crescimento da região mostra-se estável em torno de 1%-1,5% e deve permanecer assim ao longo dos próximos meses. As medidas anunciadas pelo BCE devem ajudar na sustentação da economia, mas os riscos deflacionários permanecem elevados.

Turquia/Iraque - O Iraque parece viver sua maior crise desde a invasão americana ao pais. As tropas governamentais tiveram importantes perdas nos últimos dias, com grupos terroristas armados tomando grandes cidades ao redor do pais. Os ativos da Turquia sofreram bastante nos últimos dias, devido a proximidade que apresenta em relação ao Iraque, e a importante corrente de comércio entre os dois países. O problema no Iraque é grave, e dificilmente será resolvido rapidamente, o que pode continuar colocando pressão nos ativos turcos. Contudo, olhando separadamente, o problema parece localizado e pontual, e não deveria gerar ruídos ou contágios mais amplos para os demais ativos de risco.

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