Crescimento Brasil, Europa e EUA

Os ativos de risco estão dando sinais um pouco mais negativos essa manhã, com as bolsas da Europa e EUA em queda, uma pressão nas commodities metálicas e um leve movimento de USD forte. Continua me chamando a atenção a fraqueza dos mercados na China e de todos os ativos que dependem da demanda do país. A quarta-feira foi, novamente, de queda nas bolsas locais, com o Cobre operando próximo aos lows deste ciclo econômico essa manhã. Estou com um viés um pouco mais cauteloso/negativo no curto-prazo. A reversão do mercado de juros nos EUA, o price-action extremamente negativo dos ativos ligados a China, em um ambiente em que o quadro técnico me parece menos positivo, podem se tornar um "vento contra" para os ativos de risco e carry-trade no curto-prazo.

EUA - Os dados de vendas de veículos e Factory Orders, divulgados ontem, confirmaram o bom momento da economia, que se mostra em um estágio mais avançado de recuperação e totalmente recuperado do fraco crescimento do primeiro bimestre do ano. Na agenda de hoje, o ADP Employment e o ISM Non-Manufacturing, serão determinantes para a confirmação deste ambiente econômico mais positivo. Continuo bastante otimista com a recuperação do crescimento do país, mas vejo como principal consequência deste pano de fundo a continuidade do processo de normalização monetária por parte do Fed, o que pode levar o mercado a um movimento gradual, porém mais prolongado, de alta nas taxas de juros locais e fortalecimento do USD, desenvolvendo-se em um cenário mais desafiador para os ativos de risco e carry.

Brasil - A agenda do dia traz a Produção Industrial como destaque, com o mercado esperando uma queda em torno de 0,4% no mês de abril. Os ativos locais, especialmente câmbio e juros, vem passando por um movimento de realização de lucros nos últimos 2-3 dias, com forte depreciação do BRL e abertura de taxas de juros. Acredito que o cenário externo, aliado aos fundamentos locais fragilizados e ainda em processo de deterioração, foram fundamentais para o movimentos dos últimos dias. Na minha visão, o mercado ficou tecnicamente mau alocado em ativos EM e de Brasil nas últimas semanas. Uma reversão do cenário externo pode acabar gerando mais volatilidade e realização dos ativos locais. Vejo um ambiente externo se tornando mais desafiador para os ativos brasileiros, em um cenário em que os fundamentos locais apresentam uma nova rodada de deterioração, e os investidores não mais encontra-se com posições excessivamente negativas no tocante ao país. A divulgação de uma nova pesquisa eleitoral pelo Datafolha essa semana, contudo, pode trazer algum tipo de informação nova no tocante a campanha para presidente.

China - Sem grandes novidades, exceto pelo continuação do movimento de pressão sobre os ativos que dependem da demanda do país. O mercado parece cada vez mais cético em relação as medidas que foram colocadas em prática para dar suporte ao crescimento nas últimas semana, assim como cresce o receio em torno dos problemas no mercado imobiliário e de crédito. Vejo o price-action recente como preocupante, e um vetor adicional para adotar postura mais cautelosa no curto-prazo.


Europa – Os PMI’s de maio confirmaram a tendência de consolidação em patamar um pouco mais baixo de crescimento. Com o crescimento da região dando sinais de fragilidade, e a inflação perigosamente baixa, a reunião do BCE amanhã ganha importância dobrada. Ainda acredito que Draghi e Cia. irão entregar medidas razoavelmente agressivas, capazes de atender as demandas do mercado.

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