Pesquisa eleitoral - Datafolha
A espera dos dados de emprego de maio
nos EUA hoje as 9h30, os ativos de risco operam sem grandes movimentações essa
manhã. O grande destaque da noite ficou para a pesquisa eleitoral do Datafolha
no Brasil.
Brasil – A pesquisa do
Datafolha mostrou Dilma caindo de 37% para 34%, Aécio passando de 20% para 19%
e Campos saindo de 11% para 7%. No segundo turno, Dilma caiu de 47% para 46% e
Aécio subiu de 36% para 38%. A rejeição de Dilma continua a maior dentre os
canditados, estável em 35%, mas a de Aécio caiu de 33% para 29% e a de Campos
de 31% para 29%. Espero uma reação bastante positiva dos ativos brasileiros a
estes números. No caso de um Payroll forte nos EUA, faz sentido fazer plays
relativos, Long BRL contra outras moedas. A curva de juros deve apresentar
trajetória de flattening e a bolsa ser o ativo mais reativo ao aumento
de chances de uma mudança política no país. Papéis como Petro e Banco do Brasil
devem ser os destaques de alta.
EUA – O mercado já
trabalha com expectativas em torno de 200k para o Payroll de hoje. Os números
de Taxa de Desemprego e Earnings também serão importantes para a resposta
do mercado ao número. Vale, contudo, termos alguns cenário em mente.
Payroll abaixo de 150k = Risk Off.
Sensação que o crescimento está estagnado. Juros americanos fecham, mas pode
fica uma sensação ruim em torno do crescimento. O USD pode voltar a se
enfraquecer.
Payroll entre 150k e 220k = Risk On.
Juros americanos permanecem sem vol, com crescimento OK e inflação ainda baixa.
Deveria favorecer os ativos de risco, EM e Carry.
Payroll acima de 220k = Trajetória
recente de abertura de taxa de juros nos EUA pode voltar a pressionar ativos de
risco, especialmente EM e Carry.
O Initial Jobless Claims divulgado
ontem se manteve no robusto patamar em torno de 300k, com a média móvel
de 4 semanas, uma medida mais suave deste indicador, apresentando nova queda. O
Continuing Claims caiu para o menor patamar deste ciclo econômico. Os últimos
indicadores de crescimento e emprego no país se mostram bastante robustos, e
consistentes com o ambiente de continuidade de recuperação econômica. O Fed,
assim, pode dar continuidade a seu processo de normalização monetária com maior
tranquilidade. Acredito que o Fed será extremamente gradual neste processo, mas
vejo os preços de mercado não condizentes com este cenário. Espero um processo
gradual de alta das taxas de juros no país, ajudando a sustentar um movimento
gradual de fortalecimento do USD no mundo. Além disso, este ambiente enseja um
pano de fundo mais desafiador para os ativos EM no médio-prazo, passado o
efeito inicial das medidas do BCE. Os Dados de Emprego, agendados para amanhã,
serão fundamentais para a materialização, ou não, deste ambiente.
Europa – Ontem,
Surpreendendo os mais céticos, porém em linha com o que vinha sendo ventilado
na mídia nas últimas semanas, o BCE anunciou um pacote amplo e agressivo de
medidas visando estimular o crescimento e evitar um período mais prolongado de
deflação na economia da região. Além de um corte de juros em suas principais
taxas, o Banco anunciou medidas relevantes visando destravar o crédito na
região, se dizendo preparado para tomar medidas adicionais, como um programa de
QE, caso o cenário prospectivo não se desenvolva como o imaginado. De maneira
geral, achei as medidas positivas e agressivas. Acredito que este tipo de
postura deveria dar suporte as bolsas e bonds europeus, assim como
colocar alguma pressão no EUR. Pontualmente, devemos ver algum suporte nos
ativos de risco, EM e Carry em especial. Contudo, acredito que, no final
das contas, o cenário de juros nos EUA quem ditará a dinâmica desses ativos em
prazos mais longos.
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