China - queda no compulsório
O PBoC anunciou oficialmente a queda
no “Reserve Ratio” (Compulsório) para alguns bancos específicos. O anuncio é
apenas a oficialização de medidas que já vinham sendo concretizadas ao longo
das últimas semanas. A queda no Compulsório é mais uma medida, pontual e
localizada, afim de dar suporte ao crescimento do país e evitar uma nova rodada
de pressão na economia. Acredito que as medidas colocadas em prática ao longo
das últimas semanas são positivas, e deveriam atuar como um importante pilar de
sustentação do crescimento no curto-prazo, estabilizando o PIB em torno de 7%
de crescimento. Contudo, me parece cada vez mais claro que o modelo econômico
chinês se esgotou e será cada vez mais difícil sustentar os níveis de
crescimento do passado. Assim, o mercado parece estar se adaptando a um cenário
estrutural de menor crescimento da China de agora em diante, com todos os
ativos que dependem da demanda do país sobre forte pressão nos últimos meses.
Continuo bastante cauteloso em relação ao cenário de longo-prazo para o país,
apesar de acreditar que, nos próximos meses, podemos observar uma estabilização
do crescimento. A medida anunciada hoje me parece apenas “cosmética” e não
deveria, por si só, fazer grandes preços nos ativos ligados a China.
*CHINA PBOC TO CUT
RRR BY 50 BASIS POINTS TO QUALIFIED BANK
*CHINA PBOC
ANNOUNCES TARGETED RRR CUT ON WEBSITE
*CHINA PBOC ANNOUNCES SELECTIVE CUT OF BANKS RESERVE
RATIO
Oficialmente, o compulsório para bancos grandes encontra-se em 20%, e para
bancos pequenos em 18%, ambos muito próximos aos maiores níveis recentes.
Assim, parece existir amplo espaço para novos cortes nessa frente.
Contudo, existe um grande debate interno em relação a esta questão. A liberação
de compulsório seria voltar as práticas do passado, estimulando o crédito e
dificultando ainda mais o rebalanceamento da economia. Por isso, o PBoC vem
optando por fazer cortes pontuais e localizados, para bancos e setores
específicos. Novas medidas nessa direção podem ser colocadas em prática ao
longo das próximas semanas e não podemos descartar medidas mais agressivas,
como cortes de juros e cortes mais amplos do compulsório, no que seria uma
tentativa mais desesperada para conter as pressão na economia.
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