EUA, China e Eleições no Brasil
O
final de semana não trouxe nenhuma informação nova ao cenário econômico global.
Assim, a semana que se aproxima será extremamente importante para a dinâmica dos
mercados, já que irá trazer uma agenda econômica relevante, especialmente com
dados de crescimento e inflação nos EUA, e o Flash PMI de junho da China.
EUA – Os
números recentes mostraram uma economia em franca recuperação, com os
indicadores de inflação apontando para um ambiente menos deflacionário, e com
claros sinais de aceleração, mesmo que ainda gradual, da inflação no país. Por
hora, o Fed optou por classificar a inflação recente como “noise” e manter um discurso dovish,
visando manter ancorada a curva de juros do país. Continuo confiante na
recuperação do crescimento, emprego e inflação no país. Acredito que o acumulo
de evidencias positivas nessas frentes irá levar a uma reprecificação da curva
de juros americana. A velocidade deste ajuste irá determinar qual será o efeito
sobre os demais ativos de risco.
Brasil – A
inflação corrente vem se mostrando mais resistente e permanente do que o
imaginado, mesmo com o recuo do grupo Alimentação, item que costuma ser sazonal
e volátil. A Copa do Mundo está colocando pressão altista em vários grupos
específicos, o que irá dificultar ainda mais o trabalho do Banco Central. Por
outro lado, não há sinais concretos de recuperação do crescimento, o que coloca
o BC em situação extremamente delicada. Por hora, os ativos locais devem seguir
o humor global a risco, além do cenário eleitoral. Nesta frente, temos
observado uma continua melhora dos indicadores para a oposição, em detrimento a
uma clara tendência de perda de apoio de Dilma. Este final de semana, novas
alianças estaduais e federais entre os partidos foram anunciadas, na maior
parte em favorecimento ao PSDB. A escolha do vice da chapa de Aécio, assim como
a possibilidade de Joaquim Barbosa fazer parte de sua equipe, podem ser vetores
determinantes na campanha eleitoral.
China – o
HSBC Flash PMI de junho deve mostrar uma estabilização da economia, mas sem uma
aceleração mais consistente do crescimento. O Governo continua disposto a
colocar em pratica medidas pontuais e localizadas, a fim de dar suporte ao
crescimento, mas apenas o suficiente para evitar uma nova espiral negativa da
economia. Dificilmente veremos uma aceleração mais acentuada do crescimento
local. Assim, podemos ver melhoras pontuais dos ativos que dependem da demanda
da China, mas a tendência ainda é o mercado ter que se acostumar com um menor
crescimento estrutural do país. Além disso, o risco no mercado imobiliário e de
crédito é real e crescente.
Iraque – A
situação no país ainda é delicada, de difícil solução, e assim deve permanecer
por um longo período de tempo. Para os mercados financeiros globais, apenas na
eventualidade de uma deterioração adicional da situação, com a produção local
de petróleo sendo afetada, podemos ter um contágio maior aos demais ativos de
risco.
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