From Reflation to Risk-Off? Depends on the asset class...

Não há mudanças substanciais de cenário econômico nos últimos dias. A perspectiva de normalização monetária em alguns países do G10, impulsionada pelo aumento da probabilidade de uma Reforma Tributária nos EUA, está dando suporte aos yields das Treasuries, ao USD e colocando pressão em algumas classes de ativos, como os Emergentes e algumas commodities.

Ainda vejo a possibilidade de continuidade destes movimentos, favorecidos por uma combinação de cenário, posição técnica e “momentum”, mas ainda não vejo a necessidade de rupturas.

Em especial, alguns ativos atingiram níveis tecnicamente importantes, que serão testados nos próximos dias, como a Treasury 10 anos no patamar de 2,30% e o BRL no nível de 3,20. O rompimento destes níveis pode acabar caracterizando uma mudança de tendência dos mercados, mesmo que por um período apenas de tempo. Caso estes níveis se mostrem um resistência forte, podemos voltar um pouco do “Reflation” para o “Goldilocks”.

EUA – O Durable Goods Orders divulgado ontem ficou acima das expectativas do mercado, mostrando uma economia que cresce a taxas estáveis e relativamente saudáveis. Os dados de curto-prazo serão muito afetados pelos desastres naturais recentes e serão de difícil leitura. Um grupo de estudos do Governo divulgou um relatório com propostas para a Reforma Tributária. Os números ficaram muito em linha com o que vinha sendo ventilado na mídia. Faltam detalhes mais amplos de como será este processo. Ainda há um longo caminho de negociações, mas parece haver disposição política de avançar nesta agenda. Uma Reforma Tributária, com a economia crescendo acima do potencial, e com o mercado de trabalho praticamente em pleno emprego enseja juros mais elevados.

Brasil – O Governo realizou ontem leilão da CEMIG e de Energia. Ambos podem ser considerados bem sucedidos. O BNDES aprovou e já autorizou a devolução de R$33bi ao Tesouro. De maneira geral, a despeito dos ruídos políticos, a agenda econômica caminha de forma positiva.

Os dados de crédito também divulgados ontem mantiveram a tendência de recuperação moderada. É cada vez mais evidente que estamos no meio de um ciclo de recuperação do crédito, mas a velocidade de retomada ainda é bastante gradual. O mesmo Poe ser dito dos indicadores de confiança divulgados recentemente.

A mídia continua reportando que a base aliada de Temer irá “vender caro” a segunda denuncia contra o Presidente. Acredito que este tipo de matéria não passa de ruídos pontuais.

De forma geral, vemos uma agenda carregada de IPOs, falam em R$25bi até o final do ano, e lançamento de dívidas corporativas externas, o que pode prejudicar um pouco o bom desempenho de alguns mercados em favor de outros. Contudo, os lançamentos são sinais de demanda elevada por ativos locais. A posição técnica do mercado ainda não me preocupa sobremaneira, apesar de já ver fundos locais com posições não desprezíveis em algumas classes de ativos.

China – O país anunciou um corte específico de Compulsório. Segundo o Citibank:

·         The State Council decides on a targeted RRR cut – On 27 September, the State council decided to lower the reserve requirement ratio (RRR) of banks that extend a big enough proportion of their loans to small enterprises, micro-sized and individual businesses and farmers. The details, such as the size of the cut and the criteria of qualified banks, will be announced by the PBoC.
·         The cut will benefit some medium- and mostly small-sized banks, benefiting those targeted small companies – The cut is to boost lending to small-sized and start-up companies as part of the government’s overall policy to encourage entrepreneurship and innovation. Indeed, the State Council announced this policy together with tax exemptions for small businesses. China’s economic activities have softened in the past two months. In particular, private investment growth fell back again, and rising funding costs was one key reason behind the fall. We expect the move will not only release liquidity to qualified banks but also boost credit to small enterprises, as historically shown.
·         However, the move does not signal a shift in monetary stance – Despite the recent slowdown, the government does not appear to be at risk of missing its growth target of 6.5% this year. This should allow it to focus more on the deleveraging of both real and financial sectors, while monetary easing would not serve these purposes. We expect the PBoC to maintain its current prudent and neutral stance, largely without across-the-board RRR cuts or interest rate cuts this year. Given its targeted nature, we expect the current move’s market impact to be limited, even though the details are yet to be unveiled.
·         That said, the recent surge in interbank interest rates warrants close attention and monitoring – The PBoC indicated in its monetary policy report that the repo rates for financial institutions had been quite stable, which should be an important indicator for the funding costs of financial institutions. Indeed, a surge in interbank interest rates could lead to a faster pass-through to overall lending rates. We expect the weighted lending rate to have risen to 5.81%. Given the profit margin of private firms remains at 5.72%, the rising lending rate would make them more cautious in making investment decisions going forward. Thus, we believe the PBoC will continue to keep daily open market operations at a reasonable pace leading to the 19th Party Congress to ensure overall stability of the financial markets.

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