All About Tax Reform.
O dia foi marcado pelo final do mês e do trimestre. Assim,
fluxos pontuais podem ter exacerbado alguns movimentos de forma pontual.
Ao contrário do que eu imaginava, mas por motivos que considero
relevantes, o mercado reagiu de maneira diferente, e menos simplória, ao Core
PCE nos EUA, do que eu imaginei pela manhã. A despeito de uma alta de 0,1% MoM
(abaixo do esperado) em agosto, o noticiário em torno da escolha do novo
presidente do Fed e, ainda mais importante, o avanço da agenda legislativa do
Congresso, com a elevação da probabilidade de implementação de uma Reforma
Tributária, acabaram dando suporte as taxas de juros nos EUA.
Ao contrário do cenário do final do ano passado, o cenário atual
parece menos propenso a se tornar negativo para algumas classes de ativos, pela
ausência de medidas protecionistas mais agressivas. Neste ambiente, o impacto
mais direto fica para as taxas de juros nos EUA e suas derivadas, como o USD.
De maneira geral, continuo gostando de posições tomadas em juros
nos EUA. Ainda vejo o mercado de opções com vols muito baixas, que permitem
exposição e alavancagem com risco/retorno bastante favorável. Não tenho uma
visão direcional clara para o USD, mas entendo que se persistir o cenário
escrito acima, podemos passar por um período de dólar mais forte no mundo,
mesmo que de forma apenas gradual e momentânea.
Além do Core PCE, o Chicago PMI apresentou alta superior as
expectativas, saindo de 58,9 para 65,2 pontos. O número apenas reforça o
cenário de crescimento saudável do país.
No Brasil, os dados de emprego ficaram basicamente dentro do
esperado, mostrando continuidade de um processo gradual de recuperação. Chamou
a atenção o arrefecimento dos rendimentos médios reais, mas ainda precisamos de
mais evidentes para termos uma opinião mais bem informada sobre esta queda. Por
ora, prevalece um cenário de recuperação gradual do mercado de trabalho e do
crescimento, que vem sendo corroborada pelos indicadores de confiança do
consumo, empresariado, comercio e etc.
Ainda gosto de posições estruturalmente compradas em Brasil, mas
confesso que nos atuais níveis, precisaremos de algum trigger, local e/ou
externo, para mais uma rodada de valorização. Por isso, talvez uma postura mais
tática no curto-prazo seja necessária. As vols implícitas do Ibovespa estão
extremamente baixas, o que torna o risco/retorno positivo de exposições
compradas. Ainda vejo espaço para o fechamento da parte intermediária da curva
de juros, mas acredito que, a partir de agora, o processo será mais lento. O
problema de energia, e ausência de chuvas, pode ser um empecilho a este mercado
no curto-prazo. Continuo vendo o BRL se mantendo em um range relativamente
curto em torno de 3,10-3,20.
Comentários
Postar um comentário