Brasil: Fluxo de notícias positivas. Copom em foco.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade nesta manhã. Ontem, o destaque ficou por conta da pressão sobre os ativos dos EUA, com o dólar, as bolsas e os yields dos país operando em queda. Não há um vetor específicos que explique estes movimentos, mais um conjunto de vetores menores, menos importantes mas que, em conjunto, ajudaram estes movimentos. São eles: os riscos provenientes da Coréia do Norte, a onde de furacões de categorias mais elevadas e potencial destruidor grande, um efeito retardado aos dados mais fracos de emprego divulgados na sexta-feira, entre outros.

Continuo optando por um portfólio relativamente neutro no direcional a risco. Vejo espaço para movimentos de diferenciação. Como tenho comentado neste fórum, vejo espaço para a continuidade de rotação de ativos vistos como com valuations e posição técnica menos atrativos neste momento, em prol de ativos cujo valuation parece mais atraente e a posição técnica idem. Este é o caso, por exemplo, da migração das bolsas dos países desenvolvidos para as bolsas e os ativos emergentes em geral. Dados os riscos geopolíticos e os níveis de volatilidade implícita, gosto de buscar hedges em alguns índices de bolsa dos países desenvolvidos, ou executar as posições “compradas” através de estruturas de opção. As vols implícitas do Ibovespa, por exemplo, se mostram historicamente em níveis extremamente baixos, deixando o risco/retorna da operação comprada via opções bastante atrativa.

No Brasil, o fluxo de notícias deve ser lido como mais positivo. O Senado aprovou ontem a TLP e a revisão da meta fiscal. A mídia está reportando hoje que o BNDES pode devolver cerca de R$130bi ao Tesouro, em operação semelhante à ocorrida recentemente. No campo político, as novas revelações do “Caso JBS” enfraqueceram as denúncias da PGR sobre o núcleo central do Governo. Ainda é esperada uma nova denúncia contra o Presidente Michel Temer, em muito baseada na delação premiada, homologada ontem, segundo a mídia, de Lúcio Funaro. Contudo, é inegável que o Governo saiu fortalecido dos últimos eventos. Na noite de ontem, a mesma PGR denunciou o PT e seus principais integrantes, entre eles os ex Presidentes Lula e Dilma, em conexões com os esquemas de desvio de recursos da Petrobrás.


Hoje à noite teremos a reunião do Copom. O mercado espera um corte de 100bps na Taxa Selic, para 8,25%. O foco deverá ficar por conta do comunicado que o BCB irá divulgar e o tom que pretende adotar. O mercado está dividido entre expectativas de que o BCB tenha grau de liberdade, e não indique claramente os seus próximos passos, e outra parte do mercado que já espera uma indicação de desaceleração do ritmo de corte da Taxa Selic, baseado nos modelos de previsão de inflação do BCB, o nível da taxa atual de juros e o ciclo de corte já realizado. Acredito que haja espaço para que a Taxa Selic atinja níveis próximos, ou pouco abaixo de 7%. O comunicado do BCB irá, em muito, depender de como o BCB pretende encerrar este ciclo de corte de juros,ou com a chamada “escadinha”, reduzindo o ritmo de cortes até encerra-lo, ou continuar em um ritmo mais “agressivo” de 100bps, e encerrar o ciclo de cortes de maneira abrupta. Acredito que isso será bem comunicado, mas tenho pouca vantagem comparativa em tentar antecipar este processo. Continuo vendo espaço para o fechamento das taxas de juros no país, já que a parte intermediária da curva de juros nominais precifica um ciclo de alta de juros a partir de 2018 que não vejo como factível. 

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