Goldilocks are Back!

A sexta-feira foi marcada por duas divulgações relevantes.

Brasil – O PIB do 2Q apresentou alta de 0,2% QoQ, dentro das expectativas do mercado. Parte relevante da alta moderada do PIB foi explicada pelo Consumo, o que já vinha sendo observado nos números econômicos mensais. Os investimentos ainda se mostram tímidos, mas a recuperação do PIB mostra uma certa disseminação mais abrangente entre os setores, mesmo que ainda tímida.

O número de hoje confirma as expectativas do mercado de uma recuperação da economia e do crescimento de agora em diante, o que em nada altera a dinâmica dos mercados locais. O número não deveria mudar a política monetária de curto-prazo e nem mesmo o otimismo de alguns players na recuperação mais robusta do crescimento.

EUA – Os dados de emprego de agosto ficaram abaixo das expectativas do mercado, com uma criação de emprego mais baixa do que o esperado, uma taxa de desemprego mais elevada, e sem sinais consistentes de pressões salariais. A despeito da fraqueza do indicador, o mês de agosto é visto como um mês de difícil mensuração devido a questões sazonais.

O número em nada altera a visão de uma economia saudável, um mercado de trabalho robusto mas sem necessidades de um processo de normalização monetária mais rápido do que aquele que vem sendo sinalizado pelo Fed. Tampouco altera as expectativas para a redução do balanço do Fed, cujo mercado espera que seja anunciado na reunião do FOMC de setembro. A continuidade do processo de alta de juros, contudo, continua dependente de dados de inflação mais firmes nos próximos meses.

Mercados – Após um período de consolidação, os ativos de risco aparentem estar voltando para suas tendências que foram regra ao longo de todo este ano. O pano de fundo continua construtivo para os ativos de risco em geral. Salvo mudanças substanciais de cenário e/ou riscos expecíficos (Coréia do Norte, por exemplo) parece que os mercados financeiros globais poderão retomar suas tendências que vinham sendo regra a até poucas semanas atrás (De maneira geral, uma apreciação moderada dos ativos de risco, com algumas diferenciações por questões de posicionamento e valuations. Em grande exemplo disso fica por conta da rotação de bolsas dos países desenvolvidos para alguns mercados emergentes, como o Brasil).

No Brasil, o Copom será o destaque da semana que vem. O mercado já trabalha com uma queda de 100bps na Taxa Selic. A comunicação que será apresentada pelo Comitê será fundamental para o movimento de curto-prazo da curva de juros e do seu “shape” de agora em diante. Ainda vejo espaço para o fechamento das taxas de juros, acredito que a Selic poderá testar níveis abaixo de 7%. A curva está excessivamente inclinada, mas espero que está inclinação só se reduza com o passar do tempo, conforme o mercado for se tornando mais confortável com um cenário de juros mais baixos por mais tempo.

Um risco que precisará ser monitorado, mas hoje é apenas um risco de baixa probabilidade, fica por conta do vazamento de novas informações de delações premiadas e eventuais novas acusações sobre integrantes do atual Governo e da base aliada. Nas últimas semanas, o mercado tem se mostrado confortável com a situação política, dando mais importância a situação cíclica positiva da economia. A postura do mercado deverá seguir assim, exceto por alguma alteração muito maior do cenário.

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