From Goldilocks to Reflation?

A despeito da ausência de novidades relevantes no cenário, os ativos de risco operaram em um tom mais clássico de “risk-on”. Desta vez, contudo, as correlações do mercado se mostraram mais claras, com as bolsas em alta, o dólar em alta contra as moedas de G10, e uma abertura de taxa das Treasuries. Na semana passada havia comentado sobre a dicotomia existente entre a dinâmica do dólar e das Treasuries em detrimento as bolsas do país. Hoje, os movimentos me pareceram mais óbvios.

De agora em diante, estarei observando em que medida o cenário Goldilocks poderá se transformar em um cenário de Reflation. Os dados mais elevados de inflação de agosto na China, divulgados nesta madrugada, podem ser vistos como precursores destes movimentos. Neste último, os movimentos são liderados pela abertura de taxa de juros nos países desenvolvidos, o que acaba gerando alguma pressão, mesmo que pontual, sobre ativos mais dependentes de juros baixos, como é o caso dos ativos emergentes e do Brasil. Neste processo, as bolsas e as commodities tendem a liderar os movimentos de apreciação, em detrimento aos demais ativos. O dólar pode acabar se valorizando, especialmente em nos atuais níveis com a atual posição técnica.

Acredito, contudo, que estes movimentos só irão ocorrer de maneira mais tendenciosa caso o Core CPI dos EUA mostra um claro movimento altista, acima das expectativas do mercado. Caso contrário, deveremos voltar as tendências que vigoraram até aqui, com dólar em queda, juros baixos e apreciação dos ativos emergentes. Vale ressaltar que ainda não vejo motivos evidentes de mudanças de tendências, mas movimentos pontuais de ajuste. Repito, o Core CPI será determinante nesta trajetória.

Como o Brasil não é uma ilha isolada do mundo, os movimentos globais deverão afetar a dinâmica local, como foi o caso hoje, com o dólar em alta, os juros mais pressionados porém com o Ibovespa atingindo novos picos recentes.

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