Dinâmica externa merece atenção. Cenário local segue positivo.
Os
ativos de risco estão dando sequencia aos movimentos verificados ontem, com
pressão sobre o dólar e os yields nos EUA. A diferença hoje, contudo, é que
estamos observando uma leve queda das bolsas no país. Comentei sobre este
aspecto na noite de ontem. O comentário sobre este tema pode ser lido aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/09/copom-politica-brasil-ecb.html.
No Brasil, os jornais estão dando enfoque
a decisão do Copom (também amplamente comentado no link acima) e na
possibilidade de uma nova janela para a aprovação da Reforma da Previdência, ou
parte dela. Acredito que, neste momento, o mercado não precifica uma aprovação
da Reforma da Previdência. Qualquer avanço neste sentido será visto como
positivo pelos ativos locais.
Na China, as exportações de agosto
apresentaram desaceleração para 5,5% YoY, abaixo das expectativas do mercado,
enquanto as importações apresentaram aceleração para 13,3% YoY, acima do
consenso de mercado. Estes números pouco alteram o cenário econômico local ou
global. Podemos inferir que houve uma pequena desaceleração do comércio global,
mas o crescimento da China e do mundo continua em patamares saudáveis.
Nos EUA, a mídia voltou a dar destaque a
possível perda de prestígio de Gary Cohn no Governo Trump. Cohn é um dos principais
assessores econômicos de Trump e uma importante “ponte” entre o Governo dos EUA
e os mercados financeiros e o meio empresarial. Sua perda de prestígio, ou sua
eventual saída do Governo, seriam lidas como negativas pelo mercado, pois reduziriam
ainda mais as chances de avanço de uma agenda econômica positiva. Além disso,
Trump perderia uma pessoa vista como uma importante “cabeça pensante” em sua
administração.
Continuo
basicamente recomendando um portfólio neutro no direcional a risco. Gosto da
alocação compradas em EM/Brasil vs DM/EM ou a compra ativos de EM/Brasil com
hedges em outros ativos. Ainda vejo as volatilidades implícitas nos mercados de
renda variáveis como baixas, o que torna a estruturação de hedges baratos, com
bom risco/retorno, ou a exposição comprada via opções atrativas. Não tenho
grandes convicções no mercado global de FX/câmbio, mas a tendência parece
claramente de dólar fraco no mundo. No mercado local de juros, acredito que a
tese de investimentos deverá “shiftar” da parte curta da curva de juros para a
parte intermediária de juros nominal e para a parte longa das curvas nominais e
real. Comentei sobre isso na noite de ontem, no link no começo deste texto.
Finalmente, ainda vejo espaço para a abertura das taxas de juros nos países de
G10, mas não estou gostando da dinâmica deste mercado e dos sinais emitidos
pelos yields e pelos metais preciosos.
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