Mercados Globais (Daily News) – Tom otimista para um novo ano!
Após uma breve correção nos últimos
dias de 2019, os ativos de risco estão iniciando o novo ano em tom positivo,
com alta generalizada das bolsas. Como comento abaixo, temos alguns suportes (China
e Crescimento) que sustentam este bom humor.
Por mais que eu não ache valor em
muitos ativos globais – exceto por manter meu otimismo com Brasil e alguns
ativos emergentes – entendo que precisamos de algum “trigger”, hoje ainda
inexistente – para alterar a dinâmica positiva dos mercados globais.
Assim, a estratégia ótima, neste
momento, é se manter alocado (na bolsa do Brasil) e buscar proteções baratas – puts-spreads
de Ibovespa, agora já olhando o vencimento de abril.
A China
anunciou um corte de compulsório bancário de 50bps a partir de segunda-feira. O
compulsório é um instrumento muito utilizado na China para acelerar empréstimos
bancários e dar liquidez à economia em momentos de desaceleração e fragilidade
do crescimento.
O movimento é
de certa forma esperado e pode ter duas leituras: (1) Positiva, pois mostra
disposição do governo em conter a desaceleração de maneira mais ativa. (2)
Negativa, pois mostra que talvez a economia não tenha feito seu piso ainda.
Acredito que,
por ora, o mercado irá ter uma leitura positiva da medida, pois dará mais peso
ao fato de ser mais uma medida de estímulo e suporte ao crescimento. Se não
será suficiente, saberemos apenas no médio e longo-prazo (3 a 6 meses).
Acredito que o
mercado trabalhe e precifique um cenário de estabilização do crescimento da
China e do mundo neste início de 2020. Na minha visão, contudo, existe um risco
não desprezível, pouco precificado, de probabilidade ainda baixa, mas que não
poder ser ignorado, de uma desacelerarão adicional da economia da China, um
eventual “pouso forçado”. Este risco sempre existiu e foi monitorado em outros
anos, mas pela primeira vez em alguns anos poucos comentam sobre ele.
Na Coreia
do Sul os dados de exportação, muito utilizados como “proxy” para o crescimento
global, dado a elevada corrente de comercio do país, mostrou sinais de
estabilização/recuperação. O número deve ser visto como positivo.
Por mais que o
mercado tenha precificado uma recuperação do crescimento global, essa
confirmação é importante e necessária, mesmo que não seja sustentável no
longo-prazo.
Voltado à China, o Caixin
PMI apresentou pequena moderação em dezembro, saindo de 51.8 para 51.5 pontos,
abaixo das expectativas do mercado. Já comentei sobre a China no feriado de
ontem:
Na Europa, o Manufacturing
PMI final de dezembr acabou saindo de 45.9 para 46.3 pontos. O número inda está
em patamar baixo e fragilizado, mas a recuperação mostra sinais positivos de
que o pior já tenha passado.
No Brasil, para os “amantes”
da bolsa, segue abaixo o portfólio recomendado para este inicio de ano pelo BTG
Pactual, tanto para Small-Caps quanto para o All-Caps:
Duas matérias interessantes no
Valor Econômico de hoje.
Uma sobre a direção do dólar,
onde o mercado continua vendo a possibilidade de rompimento da barreira dos 4.0:
https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/01/02/apos-frustracao-em-2019-tom-e-de-otimismo-cauteloso-com-real.ghtml
Eu continuo sem convicção
estrutural para a moeda. Vejo essa possibilidade de um dólar mais fraco, mas
não tenho certeza da sua sustentabilidade. Por isso, mantenho um viés neutro em
relação a moeda.
Outa matéria sobre a possível
melhora do ambiente para emissões de debentures, após um final de 2019 bastante
conturbado para a classe: https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/01/02/em-analise-na-cvm-ha-mais-de-50-ofertas.ghtml.
Acho que o mercado para crédito
privado está mais saudável tecnicamente, mas começamos a diferenciar o “joio do
trigo”, os ativos bons dos ativos ruins, e as taxas, vencimentos e tamanho das
operações terão que ser feitas de maneira mais diligente de agora em diante.
Para finalizar, um último gráfico,
na linha de” “Don´t Fight The Central Banks!”
Picking a top is a harder game
when central banks with unlimited balance sheets are taking the other side of
your trade. (Callum Thomas)
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