Mercados Globais (Daily News) – Brasil: Distensionamento
Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom positivo, após bom desempenho das bolsas na China.
No Brasil, encerramos a quinta-feira
com um distensionamento da situação institucional, após o Presidente Bolsonaro
soltar uma nota oficial recuando de algumas de suas declarações de 7 de
setembro.
Vinha comentando neste fórum que: O
país precisa apaziguar os ânimos, focar nos problemas econômicos, sociais e
sanitários. Enquanto não surgir um ator capaz de baixar a temperatura institucional
do país, os ativos locais seguirão em tendência negativa, mesmo que muitos
deles parecem “baratos” por “valuation”.
A nota divulgada ontem por Bolsonaro
é um sinal claro de tentativa de apaziguamento. Não acho que teremos um
endereçamento completo do tensionamento, mas certamente há espaço para os
ativos locais consumirem parte do prêmio de risco que foi criado nos últimos
dias/semanas.
Ainda há riscos fiscais relevantes no
cenário; o problema institucional irá continuar; e a inflação continua se
mostrando um desafio de curto-prazo.
Neste tema, o IPCA de agosto,
divulgado ontem, ficou acima das expectativas do mercado e com um quadro
qualitativo bastante negativo com maior espalhamento da inflação, núcleos e
difusão elevados:
Isso deve levar o BCB a atuar de
maneira mais incisiva, acelerando o processo de alta da Selic e levando os
juros a uma taxa terminal mais elevada. A curva de juros já precifica uma
probabilidade razoável de uma alta de 125bps ou 150bps na próxima reunião do
Copom e uma Selic acima de 10% no horizonte de curto-prazo:
Na China, há sinais de recuperação do
crescimento após a última onda da pandemia nos indicadores de alta frequência:
Na Europa, o BC anunciou uma possível
redução do ritmo do seu QE e sinalizou que o envelope completo pode não ser
utilizado caso o cenário se desenvolva positivamente. Segundo nosso consultor
econômico:
O ECB manteve as
taxas de juros e o seu envelope de estímulos na decisão de política monetária
de setembro, nisso incluindo os seus programas de compras de ativos APP e PEPP.
Houve, no entanto, indicação de que o ritmo de compras no PEPP será reduzido
adiante. Lagarde se esforçou para desvincular o movimento de um tapering,
o que é evidentemente difícil. Fomos surpreendidos e consideramos o movimento
prematuro; a recuperação europeia ainda não é robusta, as condições financeiras
são mais restritivas do que as observadas em outras grandes economias e as
projeções condicionais do próprio ECB mostram inflação abaixo da meta nos anos
de 2022 e 2023.
No Reino Unido, julho foi um mês em que
o PIB mensal ficou bem abaixo das expectativas do mercado:
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão
institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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