Manifestações
Vou tentar analisar as manifestações de hoje, mas deixando claro que estou longe de ser um especialista político e não tomarei partido de nenhum dos lados do debate. A intenção aqui é analisar os atos a luz de suas consequências políticas, institucionais e econômicas que terão, invariavelmente, impacto nos mercados. Vamos aos fatos:
Os atos foram de tamanho, proporção e
magnitude que não podem ser desprezados. De forma geral, até o momento, foram
atos pacíficos.
Acredito que o tamanho dos movimentos
mostra força do Presidente, ao contrário do que as pesquisas eleitorais apontam.
O país irá continuar divido. Os eventos de hoje em nada resolvem os problemas decurto-prazo,
mas mostram que as eleições serão mais simétricas.
Não acho que o país será pacificado
no curto-prazo, mas mostra que Bolsonaro não está tão fraco quanto parece. Isso
pode ser bom, pois pode angariar aliados no Congresso, ou pode ser ruim, pois
Bolsonaro pode seguir mais agressivo contra membros do STF e todos aqueles que
se posicionam contra ele e sua agenda.
Até o momento, parece que o
Presidente está optando pelo segundo caminho.
Não devemos ter pacificação até as
eleições, mas se antes parecia que era "done deal" a eleição de Lula
(na cabeça de alguns) talvez o dia de hoje coloque uma “pulga atrás da orelha”.
Acho que o cenário muda apenas neste sentido, de prazo um pouco mais longo.
No curto-prazo, seguimos em um clima
ruim de instabilidade e crise institucional. Neste momento, não me atrevo a
sugerir qual deverá ser o próximo passo dos demais agentes políticos e sociais,
como Congresso, Exército e outros membros do Judiciário.
O cenário está bastante aberto, mas
mantendo uma pitada de negativismo. A diferença, agora, é que o Presidente
mostrou que ainda conta com um apoio não desprezível de uma parte da população,
o que torna o pano de fundo ainda mais complexo.
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão
institucional.
Dan
H. Kawa
CIO TAG Investimentos
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