Daily News – Política Monetária.

Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira com leve viés negativo, a espera da divulgação dos dados de inflação (Core CPI) nos EUA. Este número será determinante para a dinâmica de curto-prazo do mercado. Por quê?

 

Com o Fed se tornando cada vez mais duro (“hawkish”) e sinalizando para o início de um processo de normalização monetária (redução do QE), uma inflação mais elevada pode levá-lo a antecipar ainda mais este processo ou fazê-lo de forma mais acelerado.

 

Como tenho insistido neste fórum há meses, a normalização monetária em si não leva necessariamente a realizações de lucro e quedas acentuadas estruturais dos ativos de risco.

 

Contudo, com muitos ativos com pouco prêmio de risco, em máximos nominais históricas, com valuations “esticados” e com posição técnica comprometida, uma mudança brusca de cenário pode causar espasmos de volatilidade e quedas rápidas e acentuadas de curto-prazo.

 

O grande risco ao cenário é uma inflação estruturalmente mais elevada, que force a mão do Fed a uma mudança brusca e acelerada de postura.

 

Na segunda-feira comentei sobre as mudanças que o cenário poderia trazer, com sustentação ao dólar no mundo, juros mais altos e movimentos setoriais na bolsa. Por ora, este cenário vem se desenvolvendo exatamente como descrito no texto: https://mercadosglobais.blogspot.com/2021/08/daily-news-de-volta-ao-primeiro.html.

 

No Brasil, o Ata do Copom trouxe poucas novidades em relação ao comunicado após a reunião. Uma alta de mais 100bps é o mais provável na próxima reunião do Copom, e uma taxa de juros na ordem de 7,5% parece ser a taxa terminal deste ciclo, olhando o cenário de hoje.

 

O IPCA de julho ficou dentro das expectativas do mercado. Continuamos a observar uma dinâmica negativa de preços, com núcleos elevados, pressão altista em serviços e uma difusão alta, o que justifica um banco central mais duro em seu discurso:












Na Europa, há sinais de arrefecimento da Variante Delta, confirmando que a sociedade está aprendendo a lidar com o vírus. A vacinação é um vetor de extrema relevância nessa equação:





 

As exportações da Coreia do Sul – que gosto de olhar como termômetro para o crescimento global – seguem firmes, mesmo diante do novo surto pandêmico na Ásia, mostrando resiliência da economia global:



Confirmando o bom momento para Crypto, o resultado trimestral de Coinbase, uma das maiores corretoras deste nicho, listada na Nasdaq, mostrou a força desta nova classe de ativo: https://twitter.com/DanKawa2/status/1425190921151434758?s=20.

 

Na China, o mercado continua atento aos desenvolvimentos internos, com uma desaceleração já contratada devido ao novo surto pandêmico, mas também pela aparente desaceleração dos indicadores monetários:



 

Podemos esperar medidas adicionais de alívio vindas do país, com intuito de evitar desacelerações adicionais do crescimento. O impacto dessa desaceleração já está sendo sentido no preço de algumas commodities metálicas e pode continuar no curto-prazo. 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional. 

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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