EUA
Os últimos dois dias trouxeram informações interessantes para o cenário
econômico dos EUA e, consequentemente, do mundo.
Ontem, vimas a divulgação das Vendas no Varejo dos
EUA ficarem abaixo das expectativas do mercado em setembro.
Hoje, vimos uma produção
industrial abaixo do esperado e uma forte queda do Housing Starts (número do
setor imobiliário). O Jobless Claims, contudo, permanece baixo, mostrando um
mercado de trabalho ainda robusto e saudável.
O que estamos presenciando é uma desaceleração
da economia dos EUA. Ainda não há sinais de recessão ou de uma desaceleração
mais forte ou acentuada. Contudo, é sempre importante ficarmos atentos a
movimentos como estes.
O mercado costuma olhar desacelerações
moderadas como saudáveis, até mesmo positivas para ativos emergentes ou ativos
de risco em geral. Isso ocorre pois cria-se a expectativa de juros mais baixos
por mais tempo, aumenta-se a probabilidade de novas medidas de estímulo
monetária e baixo risco de inflação.
Isso ocorre até o ponto que a
desaceleração, eventualmente, vira uma recessão. Ou quando a desaceleração se
mostra mais acentuada, mesmo que isso seja pontual. Neste caso, entramos em um
ambiente mais negativo para ativos de risco como um todo.
Não vou me atrever a tentar
adivinhar a direção do dólar no mundo, neste estágio. O Dólar parece elevado
após o movimento recente, e uma desaceleração moderada dos EUA pode trazer um
movimento de dólar mais fraco.
Todavia, o mercado já tentou, por
diversas vezes nos últimos 18 a 24 meses, prever este enfraquecimento do dólar,
e sempre sem sucesso. Vou me abster a opinar, neste momento.
Minha visão? Acho que o mercado
vai dar o benefício da dúvida no curto-prazo, ou seja, tentar seguir em uma
toada positiva. Sigo cauteloso no longo-prazo, com receio de que uma recessão
global possa estar mais próxima.
Como se posicionar? Sigo otimista
com as perspectivas econômicas do Brasil. Assim, me parece mais simples estar
alocado em renda variável local, com menor exposição ao mundo e aos ativos cíclicos
globais.
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