Brasil: Atualização do mercado de crédito.


Dia bastante positivo para bolsa e para o câmbio no Brasil. O avanço da Reforma da Previdência, a expectativa para o leilão do Pré-Sal e, no caso do câmbio, um IPCA-15 um pouco mais alto do que o esperado, sustentaram os movimentos.

No lado dos juros, o dia foi de abertura moderada de taxas, após o IPCA-15.

Este, por sua vez, ficou acima das expectativas, mas com um quadro qualitativo ainda bastante comportado e positivo. A inflação marginalmente mais alta não altera em nada o cenário para a Taxa Selic. Continuo vendo juros mais baixos por mais tempo.

Nos últimos 2 dias a Equipe de Gestão da TAG Investimentos gastou bastante tempo e esforço mapeando o mercado local de crédito. De maneira resumida, estamos diante de um movimento técnico de acomodação deste mercado.

Após alguns bons anos de fluxo positivo para a classe, um misto de taxas de juros mais baixas, spreads comprimidos, e muitas emissões levaram a um desempenho ruim da classe como um todo no curto-prazo – porém mais concentrado nas debentures incentivadas.

Isso tem gerado saída de recursos destes fundos, o que gera mais pressão vendedora de papel, em um efeito “bola de neve”.

Não vejo risco de solvência no mercado, mas o técnico ainda preocupa. Como grande parte do passivo destes fundos está em plataformas de investimentos, ou seja, no chamado varejo, sua reação a este movimento pode ser imprevisível. A reação também pode ser exacerbada e acentuada por um passivo mais reativo.

O mercado parece estar retomando a sua racionalidade em termos de taxas e valuations. O mercado deverá pedir mais prêmios nas próximas emissões e, em alguns casos, duration menores.

Todavia, é sempre difícil saber até onde irá este movimento.


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