Cenário continua desafiador.


O final de semana trouxe novas evidências de que o cenário econômico e político global continuam mostrando sinais de complexidade, que demandam uma postura mais cautelosa. Reforço minha mensagem principal de sexta-feira (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/06/eua-mais-inflacao-menos-crescimento.html) de que o pano de fundo de aperto do mercado de trabalho nos EUA, com o hiato do produto fechado e a economia no pleno emprego começa a mostrar, nos dados econômicos, um cenário de acumulo de pressões inflacionárias, em um momento em que poderemos observar algum arrefecimento do crescimento, mesmo que ainda em níveis elevados, robustos e saudáveis. Os ativos de risco, no geral, continuam apresentando pouco poder de absorção de um ambiente mais desafiador a frente, na minha opinião.
Não vi nenhuma novidade realmente concreta no cenário para Brasil. Os jornais continuam dando enfoque as negociações eleitorais. Ao que tudo indica a coalização entre PSB e PDT de Ciro Gomes parece estar avançando e pode ser anunciada a qualquer momento, segundo a mídia local.
Na China, o Manufacturing PMI caiu de 51,9 para 51,5 pontos, praticamente dentro das expectativas, porem confirmando uma desaceleração da economia. Chama a ateção o arrefecimento do Export Orders, que caíram de 51,2 para 49,8 em junho. A situação da economia chinesa e dos mercados locais ainda demanda atenção especial e cautela.
Nesta mesma linha, vimos mais um arrefecimento das exportações na Coréia do Sul, que pela característica de uma economia aberta, costuma ser olhada como proxy para o crescimento da Ásia e do mundo.
Nos EUA, Trump manteve uma retórica dura, ou melhor, manteve uma postura de ameaça a seus parceiros comerciais. Desta vez, voltou suas declarações ao setor automobilístico e a Europa em especial. Uma possível “Guerra Comercial” é um “risco de cauda” que, hoje, temos pouco poder de previsão, mas os indicadores de confiança podem começar a sentir estes impactos caso não tenhamos uma retórica mais branda nas próximas semanas.
Ainda segundo a mídia nos EUA, a Coreia do Norte, estaria mantendo estruturas de enriquecimento de urânio para fins militares, em uma clara afronta ao “acordo” anunciado juntos aos EUA. Este é um risco que, até o momento, apresentou pouco impacto nos mercados financeiros globais de maneira mais permanente, e assim deve permanecer, pelo menos enquanto não houver uma mudança substancial de cenário nesta frente.
Na Alemanha, a situação política do Governo Merkel continua fragilizada.

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