Os
números recentes reforçam o cenário de solidez da economia, com mercado de
trabalho robusto, porém sem pressões inflacionárias adicionais. As pressões
inflacionárias continuam se acumulando, mas não há sinais de necessidade de uma
postura mais agressiva por parte do Fed. Este ambiente favorece a estratégia do
Fed de normalização gradual da política monetária, sem ter que acelerar o
movimento. Esta impressão, mesmo que seja pontual, está ajudando – e pode
ajudar nos próximos dias – alguma descompressão daqueles ativos que mais
sofreram ao longo das últimas semanas. Estes movimentos devem ser vistos como
pontuais, mesmo que com duração de algumas semanas.
Aliado aos vetores
citados acima, uma combinação de posição técnica favorável, preços e valuations
– em algumas classes de ativos – um pouco mais atrativos e a sazonalidade do
verão e das férias no hemisfério norte estão ajudando a dar ímpeto a análise de
um cenário de “Goldilocks” e provocando um “risk-on” nos ativos de risco.
Continuo acreditando
que esta interpretação e estes movimentos são de curto-prazo. Não sei até onde
estes movimentos podem perdurar. Não vejo mudanças substanciais do pano de
fundo de longo-prazo.
No Brasil, acredito
que grande parte da recuperação recente dos ativos locais, em especial na
Bolsa, tenha sido provocada por este pano de fundo externo.
No campo político,
existe alguma animação com o começo das alianças para as eleições e o acordo do
PSDB com o PSD, em parte esperado. A eventual divulgação do apoio do “Centrão”
poderá ter um efeito importante sobre a campanha eleitoral e a percepção do
mercado em torno da possibilidade de algum dos candidatos. Ainda existe alguma
ponta de esperança, por parte de alguns players, de algum ganho de ímpeto por
parte do candidato do PSDB após feitas alianças e começado a campanha eleitoral.
Historicamente, o tempo de TV e as alianças sempre foram importantes nesta
frente, levando a aumentos não desprezíveis nas pesquisas eleitorais.
Acredito que o
cenário ainda é bastante indefinido e só teremos uma possibilidade e melhor
avaliação mais perto de começada, ou após iniciada, a campanha eleitoral.
Enquanto isso, o cenário externo será preponderante sobre o preço dos ativos locais.
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