No news (still) good news for markets...

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento. O destaque fica por conta de um dólar mais fraco no mundo, com bom desempenho das moedas emergentes. Os ativos de risco apresentaram desempenho mais positivo na China (comentei mais a respeito do país na manhã de ontem: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/china-em-foco.html).

Na Alemanha, o IFO - um dos indicadores de confiança mais importantes de toda a Europa - ficou praticamente estável e acima de sua média histórica, a despeito de abaixo dos picos recentes. os indicadores de confiança da região continuam mostrando um crescimento saudável e relativamente robusto, mesmo que abaixo do que se vu na virada de 2017 e início de 2018. Os números em nada alteram o cenário para a região ou as expectativas para a política monetária.

Na Austrália, o CPI ficou abaixo das expectativas do mercado. O número confirma um cenário de total ausência de pressões inflacionárias no país. A Austrália deverá ser um dos últimos países desenvolvidos a dar início a qualquer tipo de normalização monetária. Além da inflação baixa, a recuperação do crescimento se mostra lenta e o país ainda precisa administrar um mercado imobiliário com sinais de bolha em algumas regiões do país.

Não há nenhuma novidade relevante no Brasil. Os ativos locais continuam seguindo o humor global a risco, com os movimentos exacerbados pela posição técnica, muito em linha com o que comentei neste fórum no final da semana passada (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/politica-brasil-e-guerra-cambial.html).

Minha visão em relação ao cenário e aos mercados não sofreu nenhuma alteraçao nos últimos dias. Continuo vendo a economia dos EUA em um estágio avançado do ciclo econômico, com crescimento forte, hiato do produto fechado e aperto do mercado de trabalho. O mundo cresce a um ritmo saudável. O processo de normalização monetária nas economias desenvolvidas deverá prosseguir. No longo-prazo, este ambiente deverá se colocar como uma restrição a apreciações adicionais dos ativos de risco.

No curto-prazo, contudo, a impressão de ausência de riscos (somente a impressão, fazendo uma leitura do mercado, não que seja minha opinião, pois vejo diversos riscos no cenário) , com um crescimento global forte, está levando a uma interpretação de um ambiente mais positivo, o que está ajudando a dar ímpeto a apreciação dos mercados financeiros globais. Estes movimentos são ainda impulsionados por uma posição técnica que havia ficado excessivamente negativa (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/goldilocks-for-now-not-forever-redux.html) e por uma sazonalidade de baixa volatilidade do verão no hemisfério norte. Não sei ao certo até onde este curto-prazo mais positivo irá perdurar, mas nçao acredito que seja uma nova e prolongada tendência.

Enquanto o cenário de longo-prazo citado acima não ficar mais evidente, os ativos de risco devem permanecer respeitando alguns "ranges" relativamente largos. Quando o cenário ficar mais claro, espero uma tendência mais prolongada de final de ciclo, com movimentos de depreciação dos ativos de risco.

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