Brasil: Posição Técnica.
A quarta-feira de feriado nos EUA
trouxe pouco liquidez aos mercados locais. O destaque do dia ficou por conta da
Produção Industrial (PIM) de maio, que apresentou queda de 10,9% MoM, acima das
expectativas de queda de 13,2% MoM. O número foi fortemente influenciado pela
greve dos caminhoneiros e parte relevante da surpresa positiva ficou por conta
da alta na indústria extrativa. Os indicadores antecedentes, de confiança e as
sondagens de junho e julho apontam para uma recuperação extremamente lenta e
gradual do crescimento. Acredito que ainda podemos ter revisões baixistas para
o PIB deste ano.
No tocante aos ativos locais, o dólar
(BRL) caminha para encerrar o dia no maior patamar deste ciclo econômico, acima
de 3,90 e mostrando que as intervenções do BCB foram suficientes apenas para
suavizar o movimento e atrasar o ajuste da moeda.
Interessante observar o movimento de flattening da curva de juros. Confesso
que não sei ao certo o motivo do movimento.A bolsa mostrou desempenho positivo
nos últimos dias, provavelmente baseada na percepção de preços e valuations
atrativos.
Os movimentos recentes estão em linha
com o que estamos ouvindo dos fundos multimercados nas primeiras atualizações
do final do mês de junho. De maneira geral, sabendo que é sempre complicado
generalizar, vemos o mercado mais comprador de dólar, mas ainda confiante em
juros mais baixos por mais tempo no país, e com um viés mais otimistas com o
mercado de renda variável. Estes feedbacks estão totalmente em linha com o
desempenho recente dos ativos locais. Assim, começa a me preocupar um pouco a
posição técnica do mercado. Alguns poucos fundos ainda mantém posição comprada
em inflação implícita na parte intermediária da curva, como um hedge
relativamente assimétrico para as eleições.
As posições hoje são mais balanceadas
do que no passado recente e o mercado não parece unidirecional. De forma geral,
contudo, eu tendo a acreditar que o mercado ainda é mais comprado (mais
otimista) com os ativos locais, a despeito da concentração de posições
compradas em dólar contra o Real.
A agenda de amanhã e sexta-feira, com
ADP Employment, ISM Non-Manufacturing, FOMC Minutes, Payroll e com o Core CPI
na semana que vem poderão ser determinantes para a dinâmica dos ativos locais e
globais nas próximas semanas. Estes dados podem definir a melhor alocação de
portfólio para o curto-prazo. Stay tuned!
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