Diferenciação entre classes de ativos.
Os ativos de risco estão apresentando
desempenho misto nesta terça-feira, com as commodities majoritariamente em
queda e o dólar em alta no mundo, a despeito do bom desempenho das bolsas
globais e dos ativos emergentes em geral.
Acredito que alguns vetores explicam
esta dinâmica, a maior parte deles de curto-prazo. Já toquei neste tema nas
últimas semanas aqui https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/goldilocks-for-now-not-forever-redux.html
e aqui https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/goldilocks-for-now-not-forever.html.
De maneira geral, a posição técnica
do mercado, os valuations mais atrativos (em algumas classes de ativos como as
bolsas e os ativos EM) e a percepção de um cenário de “Goldilocks” no
curto-prazo, em um período de férias de verão no hemisfério norte, sazonalmente
mais positivo para os mercados e de mais baixa volatilidade, estão dando ímpeto
a esta dinâmica.
A boa temporada de resultados
corporativos nos EUA apenas reforça este pano de fundo descrito acima, pelo
menos até o momento.
Continuo com pouca convicção de até
onde estes movimentos podem ir, mas mantendo minha visão de longo-prazo de
estarmos mais próximo do estágio final do ciclo econômico nos EUA. Os ranges
devem ser mantidos, com um curto-prazo mais positivo, porém um longo-prazo mais
desafiador. Seguimos gostando de
posições tomadas em juros nos EUA, aliadas a alguns hedges no mercado de renda
variável internacional.
Os ativos no Brasil estão apenas
seguindo este humor global mais positivo, com o ímpeto adicional de uma posição
técnica que havia apresentando uma forte reversão de excesso de otimismo do
começo do ano para um excesso de pessimismo nas últimas semanas.
Nos atuais níveis, não vejo grandes
prêmios de risco na curva de juros dado a incerteza do cenário eleitoral local
e do pano de fundo externo. O dólar (BRL) deve seguir o humor global a risco,
com o agravante da incerteza local. A bolsa apresentou ajuste relevante este
mês, e deve continuar seguindo os fluxos pontuais do cenário externo. Nos atuais níveis, gosto da assimetria da
inflação implícita da parte intermediária da curva de juros e de posições
táticas compradas em dólar através de estruturas de opção. Estou com visão
neutra para a bolsa local, no momento.
A agenda do dia trouxe poucas
novidades a este cenário. O discurso do Presidente do Fed no Congresso
apresentou um tom balanceado, em que a manutenção do processo de normalização
monetária deverá continuar no atual ritmo, exceto por mudanças substanciais de
panorama.
A produção industrial nos EUA
apresentou um rebote da queda do mês anterior, alterando pouco as expectativas
para o crescimento do país.
A Inglaterra apresenta alguma
incerteza e volatilidade em torno das negociações para o Brexit, o que hoje
levou a uma queda mais expressiva do GBP.
Estarei visitando parceiros nos
próximos dias, o que pode tornar os updates com periodicidade menor, mas não
deixarei de passar as principais impressões sempre que necessário.
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