"Risk-on": Final de trimestre pode afetar os fluxos hoje.
Os ativos de risco estão abrindo a sexta-feira
em tom mais positivo, com movimentos clássicos de “risk-on”. Destaque para a
alta nas bolsas globais. Os mercados na China apresentaram recuperação, com leve
apreciação da moeda (CNY) mas forte alta dos índices de bolsa.
Como hoje é final de trimestre e de
semestre, alguns fluxos pontuais poderão distorcer, pontualmente, a dinâmica de
preços, sem que isso seja de fato um sinal de melhora no cenário. Assim,
deveremos esperar a semana que vem para termos uma noção mais clara do panorama
internacional em termos de dinâmica de mercado.
Continuo com viés mais cauteloso, mas
administrando ativamente o tamanho e os instrumentos do portfólio, tentando
manter este viés, porém com um portfólio balanceado e com alguns temas de
investimentos específicos. Dado as incertezas e a volatilidade dos mercados, as
posições hoje estão com baixa utilização de risco.
Na Europa, a União Europeia conseguiu chegar a um acordo de última
hora no tocante a questão migratória da região, o que tira um peso da região e
pode trazer alguma estabilidade política local, especialmente para o Governo de
Merkel na Alemanha.
Na Inglaterra, o PIB do primeiro trimestre do ano apresentou alta superior
as expectativas, após revisão do PIB de crescimento de 0,1% QoQ para 0,2% QoQ.
Na Alemanha, o desemprego caiu novamente pelo décimo segundo mês consecutivo,
em cerca de 15 mil postos de trabalho, com o desemprego permanecendo nos pisos
históricos de 5,2%. O número mostra um mercado de trabalho extremamente
apertado e próximo ao pleno emprego.
Nos EUA, os números continuam apontando para um crescimento
extremamente sólido da economia no 2Q, que pode chegar a 4,5%-5% QoQ anualizado.
Os indicadores de confiança e as evidências anedóticas, contudo, começam a
mostrar os impactos negativos da “Guerra Comercial” nas expectativas, o que
pode vir a afetar o crescimento neste começo de 3Q. O próprio Fed já começa a
chamar a atenção para este possível impacto. O dia hoje será de agenda agitada
no campo econômico.
No Brasil, o Relatório de Inflação trouxe uma mensagem muito parecida
ao que já havia sido sinalizado nas Notas do Copom. As previsões de inflação do
BCB continuam bastante baixas e ancoradas, mesmo após a alta do dólar. As
medidas de núcleo encontram-se ainda mais baixas, especialmente aquelas mais
afetadas pela atividade econômica. Na atual conjuntura, não há necessidade de
um ciclo de alta de juros por parte do BCB. Isso será reavaliado em cada
reunião. Olhando de hoje, apenas uma alta extremamente acentuada do dólar, que
venha a afetar as expectativas de inflação, será capaz de alterar a postura do
BCB. A atividade continua muito fraco e a recuperação mais lenta do que o
esperado pelo BCB até pouco tempo atrás, e mesmo descontado os efeitos da greve
dos caminhões.
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