Petróleo

A rápida e acentuada queda no preço do petróleo voltou a ditar a dinâmica dos mercados globais nos últimos dias. Com o petróleo operando em torno de $59 essa manhã, estamos vendo mais uma rodada de queda nas bolsas mundiais e no preço das demais commodities. O USD opera em queda e as taxas de juros nos EUA apresentam fechamento de taxa. O JPM fez uma interessante análise do potencial condutor de contágio das empresas produtoras de petróleo para um movimento de “risk-off”  nos ativos de risco:

For crude the story hasn’t changed  – the market is suffering from a severe supply problem that won’t be alleviated anytime soon.  A slew of US oil companies have provided capex/output guidance for ’15 lately and the message has generally been consistent: output is still heading up (albeit at a smaller rate) even as spending gets cut.  Meanwhile, OPEC doesn’t exert the same type of control it once did (something highlighted in this London Telegraph article http://goo.gl/n2iuTJ).  Clearly the calendar is exacerbating the oil plunge as anything associated w/crude gets puked into year-end but regardless the supply/demand dynamics just aren’t favorable.   What’s happening in oil is having a direct effect on credit – one of the big sources of the corp. credit weakness has been energy-linked issuers and in fact that sector seems to be in a 2007-2009 bank-like vicious cycle whereby plunging stock prices is feeding into falling bond prices and vice versa (this is esp. the case for the smaller-cap E&Ps, many of which have seen their equity values contract dramatically in the last few weeks).  For weeks now stocks have been outperforming corporate credit markets and whereas before such yawing gaps would cause equity sentiment to deteriorate stock investors now have constructed a justification narrative.  Instead of being a sign of “systemic” vulnerability that will have ripple effects across financial markets and the economy (such as housing back in ’06 and ’07), the credit weakness now is being dismissed as “just an energy issue” (i.e. the majority of the credit pressure has been witnessed only in energy as a result of crude and doesn’t seem to be spilling over into other areas).  Whether this view proves inappropriately complacent remains to be seen but for now it is helping the SPX cope w/the bond selling (the Thurs retail sales number provides important evidence that consumers are beginning to spend their oil dividend, highlighting the virtuous effects of the crude turmoil).  BOTTOM LINE – the overall trend in US stocks remains the same: lethargic and bored instead of very strong or weak.  Other than in energy, desk activity hasn’t been particularly busy (it wasn’t during the morning rally or on the late-day bleed lower).  Equities clearly are fatigued and continue to have difficulty setting new highs but the downside momentum (notwithstanding the last few days) remains far from Oct-like.

Na Rússia, país extremamente dependente do petróleo, e que vem sofrendo os efeitos de um programa de sanções por parte do Ocidente, a alta de 100bps promovida pelo CBR ontem foi insuficiente para conter a pressão sobre os ativos do país. O RUB deprecia mais 3% essa manhã, atingindo o seu menor patamar da história. Os juros curtos apresentam abertura de 100bps e a bolsa local cai 2%. Uma piora do cenário no país pode ser um outro canal condutor de contágio para o resto do mundo, especialmente os demais países emergentes e exportadores de commodities.

Na China os dados de atividade econômica de novembro foram mistos mas, de maneira geral, mostram uma economia ainda extremamente fragilizada, sem sinais de que as medidas colocadas em prática nos últimos meses estejam surtindo os efeitos desejados de colocar um piso no crescimento do país. Os números divulgados hoje, aliados a um quadro deflacionário, devem levar os policy makers chineses a colocar em pratica novas medidas de suporte ao crescimento. Contudo, devemos continuar esperando um menor crescimento estrutural do país ao longo dos próximos meses e anos, a despeito de medidas pontuais de suporte ao crescimento. A produção industrial caiu de 7.7% YoY para 7.2% YoY, muito abaixo das expectativas de 7.5% YoY. As vendas no varejo saíram de 11.5% YoY para 11.7% YoY, levemente acima das expectativas de 11.5% YoY. Os investimentos passaram de 15.9% YoY para 15.8% YoY, em linha com o esperado. Já os dados de crédito, o M2 caiu de 12.6% YoY para 12.3% YoY, abaixo das expectativas de 12.5% YoY. Contudo, o Aggregate Financin apresentou forte alta de CNY$1150b, muito acima das expectativas de CNY$895b.

No Brasilartigo da Folha de hoje fala que Dilma já tem em mãos um pacote de ajuste fiscal de R$50b. Ele incluiria aumento da CIDE, recomposição de PIS/COFINS e redução de despesas como Abono Salarial. Além deste pacote, que pode ser anunciado em breve, existe a intensão do governo ainda apresentar um contingenciamento adicional de R$50b no começo do ano que vem, promovendo um ajuste total de R$100b. Em relação a política monetária, a Ata do Copom reforçou a mensagem do comunicado e das últimas declarações de Tombini e Carlos Hamilton. O viés e de que o ciclo adicional de alta de juros não precise ser muito extenso. Uma política fiscal mais restritiva, um crescimento mais brando e a expectativa de um período de declínio da inflação em 2015 são alguns dos argumentos apresentados na Ata, além dos efeitos defasados das altas de juros já executadas nos últimos meses.

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