Daily News – Sem Piscar
O Fed e o BCB entregaram decisões de política monetárias em linha com o que eu esperava (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2023/03/daily-news-sobre-bancos-centrais-e-juros.html), “sem piscar” para as pressões externas, mas com condições de contorno que valem ser mencionadas.
Nos EUA, o Fed elevou os juros em
25bps, sinalizou que está mais próximo do final do ciclo de alta de juros, mas
que não vê nenhuma condições de cortes de taxa no horizonte relevante de tempo,
como o mercado precifica neste momento.
A ênfase continua no enorme desafio
de combater uma inflação alta, espalhada e persistente. Os problemas bancários
serão tratados com medidas prudenciais e com instrumentos de liquidez.
Powell to markets: "We're not cutting rates this year."
Markets to Powell: "Yes you are."
No Brasil, o BCB manteve os juros
estáveis mas, ao contrário do que muitos imaginavam, não aliviou o seu discurso,
mantendo um tom duro e alertando para os riscos em torno da inflação.
Parafraseado Lívio Ribeiro, da BRCG Consultoria:
“O Banco Central
manteve a taxa de juros na sua reunião de março, como amplamente esperado, em
comunicado praticamente perfeito - duro, sóbrio, dando peso às questões
relevantes e ignorando as pressões "pouco técnicas" recentes. Os
cenários condicionais oficiais seguem piorando. A possibilidade de cortes mais
tempestivos na Selic só aparecerá com mudanças nas condições de contorno, sejam
negativas (crise global) ou positivas (coordenação entre as políticas públicas
locais).”
A pressão do governo sob o BCB já se
elevou na noite de ontem e deve piorar ainda mais nos próximos dias, mantendo
um ambiente desafiador para a correta condução da política monetária e um pano
de fundo pouco animador para os ativos locais: https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/03/22/comunicado-do-copom-sobre-taxa-de-juros-e-muito-preocupante-diz-haddad.ghtml.
A surpresa (negativa) de ontem ficou
por conta do Tesouro Americano, na figura de Yellen, sinalizando para que não
haja hoje estudos para expandir a garantia aos depósitos para todos os bancos
americanos, o que acabou gerando forte reação negativa nos ativos de risco:
Comentei sobre isso em meu artigo
deste mês para o E-Investidor: https://einvestidor.estadao.com.br/colunas/dan-kawa/venda-credit-suisse-ubs-solucao-tampao/.
Sigo com uma visão de que os eventos
recentes elevaram a probabilidade e trouxeram para uma data mais curta as
chances de uma recessão nos EUA:
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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