Daily News – Inflação de volta ao radar?
Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom de estabilidade e caminhando para um final de trimestre mais positivo.
Na China, os PMIs mantiveram-se acima
do importante patamar de 50pts, o que denota continuidade da expansão do país,
o que também temos vistos nos indicadores de alta frequência. Na ausência de
novos choques exógenos, a recuperação chinesa parece saudável, robusta e
sustentável, o que pode ser um vetor importante de sustentação de algumas teses
de investimentos:
Na Europa, a despeito do recuo da
inflação “cheia”, em muito puxada pela queda dos preços de energia, os núcleos
de inflação continuam altos e subindo, tornando-se uma grande dor de cabeça
para o ECB. O trabalho de política monetária não está terminado e ainda deveremos
conviver com juros mais altos na região:
Claramente o tema “Inflação” ainda
não pode ser abandonado pelo mercado. Estamos passando por um momento de
transição, em que o tema “Inflação” perdeu um pouco de força em detrimento as
expectativas de fim de ciclo de alta de juros, sem que tenhamos sinais
concretos de “Recessão”.
Ainda passaremos pela fase do ciclo
que o tema que dominará será a “Recessão”, mas ainda não estamos neste estágio.
Por ora, o mercado acredita que o fim do ciclo de alta de juros está mais
próximo e que o mundo conseguirá enfrentar essas taxas de juros de maneira suave.
Isso vem dando suporte aos ativos de risco nos últimos dias.
No Brasil, os mercados locais
reagiram positivamente ao anúncio do pacote fiscal. Reforço aqui o que escrevi
ontem sobre este tema:
Este não é o
melhor modelo do mundo. Certamente será de difícil execução. Outras opções
existiam. Contudo, na atual conjuntura, com os mercados locais “amassados”, com
valuations (na média) atrativos e uma posição técnica saudável, não duvido que
o mercado se anime com este anúncio.
Qualquer
Arcabouço seria de difícil execução. O próprio Teto do Gasto, que sempre foi
visto como um excelente avanço institucional, se mostrou frágil em um momento
de maior dificuldade do país. Dito isso, a proposta parece de simples
entendimento e a matemática, a princípio, funciona.
Que fique claro, não
estou ficando mais otimista estruturalmente, mas entendo que este era um
tema sensível de curto-prazo que terá sido endereçado em direção a um caminho
razoável, mesmo que não perfeito (ou utópico), o que pode vir a ajudar a
dinâmica de curto-prazo dos ativos locais.
As condições de
contorno do mercado internacional também estão mais favoráveis aos ativos do
Brasil, que viviam a incerteza do Fiscal, e vinham com desempenho relativo pior
do que os seus pares. A China segue dando sinais positivos de crescimento, as
taxas de juros no mundo desenvolvido recuaram, as commodities apresentaram
recuperação recente e ainda não há sinais de desaceleração do crescimento
global. Menos juros, com crescimento ainda saudável costuma ser um pano de
fundo positivo para Brasil.
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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