Daily News – Pandemia, Reformas, Vacinas e Liquidez.
Os ativos de risco estão operando em tom positivo, confirmando um “rompimento” clássico da parte de cima das “bandas” recentes. Há cerca de duas semanas tenho afirmado que:
As bolsas seguem
testando suas “bandas superiores” nos últimos dias. A despeito de eu não ver motivos
fundamentais para um rompimento estrutural dessas “bandas superiores”, entendo
que tecnicamente um rompimento possa levar as bolsas a buscarem um novo e mais
alto patamar de operação no curto-prazo.
Na semana passada, discorri um pouco mais sobre o
que poderia levar os mercados para uma dinâmica mais positiva (veja aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2020/07/daily-news-para-o-alto-e-avante.html).
De maneira resumida:
O motivo da alta
recente se encontra em novas informações de que uma das diversas vacinas que
está em estudo apresentou resultados satisfatórios em sua segunda fase. A
terceira e última fase de testes – mais ampla e com número muito maior de
pessoas – terá início no final deste mês.
Na minha visão,
uma vacina seria um motivo razoável e relevante para endereçar estruturalmente
o grande problema de curto-prazo, que é a pandemia. Ainda teríamos que lidar
com as “cicatrizes” econômicas da crise.
O que vimos nos últimos dias foram sinais
consistentes de avanços nas pesquisas para uma vacina que venha a controlar a
pandemia. Não apenas uma vacina, mas várias das que estão em fases de testes se
mostram efetivas. Assim, começa a ficar mais evidente que poderemos ter alguma
solução estrutural para a pandemia no início de 2021. No mínimo, é isso que o
mercado começa a precificar.
Além disso, nos últimos dias, vimos um
arrefecimento da pandemia nos EUA, especialmente em Estados que vinham sendo
mais afetados pelas contaminações.
Na Europa, nesta manhã, foi aprovado um “Fundo de Recuperação”
bastante agressivo e assertivo, na ordem de EUR$750b, que irá ajudar a região a
atravessar os próximos anos de maneira menos dramática:
Como um gestor me disse há algumas semanas: “A pandemia será vencida um dia, mas a enorme liquidez injetada no mercado pelos bancos centrais e pelos governos ainda permanecerá no mercado por um tempo”.
No Brasil, o Congresso e o Governo estão discutindo
a PEC do Fundeb, enquanto aguardamos o avanço da discussão da Reforma da
Previdência. Sobre este último ponto, segue bom resumo do que está em discussão
feito pelo BTG Pactual, que postei aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1285203396107161602?s=20.
Um pouco mais sobre a Reforma Tributária, em comentário da
BGC Strategy:
O evento político do dia sem dúvida é a cerimônia de entrega
da proposta de Ref Tributária do Governo aos presidentes da Câmara e Senado, unificando
Pis/Cofins. Jornais nesta manhã anunciaram que a proposta conterá a reoneração
da cesta básica, uma das maiores renúncias tributárias do orçamento, que se
traduz em gasto, na casa dos 17-18 bi BRL por ano. A compensação virá na forma
de um adicional de quase 25 BRL mensais diretamente na renda dos beneficiários
do Bolsa Família, ao custo de 4bi BRL. Segundo o Valor, esse desenho estava
sendo bem recebido por alguns importantes líderes do Congresso. A alíquota do
CBS deve mesmo ficar em 12% linear, sem compensação a setores eventualmente
prejudicados com o aumento da carga. O setor de serviços, “prejudicado” com a
linearidade do CBS, deve defender até a volta da CPMF para buscar espaço para
uma redução da carga tributária sobre a folha, como forma de compensar esse
aumento de carga pelo CBS. Segundo Afif Domingos, um projeto mais amplo com
mais itens para a Ref Tributária sairá em 15 dias.
Ontem, ainda no Brasil, observamos uma melhora na avaliação
do Governo segundo pesquisa da XP Investimentos (vide aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1285293478424059904?s=20).
Na China, depois de um “longo inverno”, vemos uma reação mais
positiva no movimento dos portos, o que mostra alguma reação da atividade econômica
global:
Nesta mesma linha, as exportações dos primeiros 20 dias de julho na Coreia do Sul apontam nesta mesma direção:
Para finalizar, da série “caiu na rede”, as quatro maiores empresas americanas já são maiores em “market cap” do que a bolsa do Japão:
Os ativos de crédito HY, ou Junk Bonds, já estão quase nos pisos históricos de taxas:
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