Daily News – Brasil: Saindo da Crise? Muita calma nessa hora...
A noite foi de poucas novidades e pouca movimentação dos mercados.
Gostaria de tecer alguns comentários sobre o bom
desempenho das vendas no varejo de maio no Brasil. Primeiro, acho inegável o
bom resultado do mês, acima de todas as expectativas.
Os números estão em linha com declarações oficiais de quem tem acesso a dados de pagamentos de impostos nas últimas semanas, cuja correlação com a atividade econômica é bastante elevada.
De fato, a impressão que fica é de que o país
esteja diante de uma recuperação em “V”. Os dados mostram isso, não tenho o
porquê questionar.
Contudo, deixo aqui um debate, que fica mais para
qual será o cenário prospectivo. Olhando a abertura do número, vimos altas de
50% a 100%, na variação mensal, em algumas sub-classes (vide tabela acima).
Acredito que dadas as características dessa crise,
onde a sociedade ficou por cerca de 3 meses “trancafiada”, existia de fato uma
demanda reprimida por alguns itens. Além disso, os programas de proteção social
estão impedindo, no curto-prazo um “buraco” de renda no país.
Finalmente, estamos tendo que nos adaptar ao “novo
normal”, que leva à alguns ajustes de curto-prazo, como “home office” e afins.
Isso também gera uma demanda pontual.
Olhando à frente, será que a economia será capaz de
manter este ritmo na ausência de uma solução estrutural para a pandemia? Não
tenho dúvidas que algumas empresas e setores sairão fortalecidos, porém em
detrimento a outras empresas e setores.
Minha dúvida é a sustentabilidade deste movimento e
se não seria um erro extrapolá-lo para a frente.
O mundo tenta promover sua reabertura aos poucos,
mas ainda estamos muito longe do normal, segundo análise de “big data” e
mobilidades social:
Vejam como o setor aéreo dos EUA, mesmo com o retorno dos voos, ainda sofre os efeitos nefastos dessa pandemia:
Na China, o dia foi de divulgação dos dados de inflação. Vimos um CPI um pouco mais elevado no mês de junho, em muito puxado pela alta de alimentação, devido as enchentes que assolaram o país e puxaram os preços de alguns itens da cesta:
Continuo vendo um aumento expressivo do número de casos de contaminados nos EUA, além de alguns “hot spots” em alguns países do mundo que, na teoria, já teria controlado a pandemia.
O mercado continua “olhando por cima” destas
questões, enquanto não há um aumento expressivo de internações e fatalidades. O
efeito econômico, de qualquer forma, deve ser negativo para a recuperação
global, mesmo que não vejamos novas quarentenas e/ou “lockdowns”.
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