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Brasil – Os jornais do final de semana basicamente digeriram os últimos eventos políticos nacionais. A situação do governo Dilma parece cada vez mais frágil e insustentável. Existe uma série de rumores de que uma nova rodada de delações premiadas (desta vez, por parte da Andrade Gutierrez, Pedro Correa, e a possibilidade de delação de João Santana e Odebrecht) poderia colocar a campanha de Dilma em 2014 no centro das investigações da Lava-Jato, abrindo caminho jurídico para uma impugnação da chapa via TSE – isso caso até lá não haja força social e política para o impeachment.

Dilma, Lula e o PT, contudo, não irão se dar por vencidos facilmente, e irão lutar até o último minuto pela manutenção do governo e de sua imagem. Não à toa, Lula partiu para o ataque, convocando o pouco da massa popular que ainda lhe resta, a fim de garantir algum capital político nesta batalha.

A probabilidade de uma mudança relevante de governo aumentou exponencialmente nos últimos dias. Os ativos locais reagiram de maneira clássica, rápida e acentuada. Acredito que o caminho até essa mudança não deverá ser totalmente linear. Na minha visão, os ativos locais apresentaram um desempenho que, no curto-prazo, talvez tenha sido “too far, too fast”. Espero, no mínimo, uma consolidação de curto-prazo.

No médio-prazo, acredito que a postura, agora, seja de “buy on weakness” em relação aos ativos brasileiros. Por questões de administração de portfólio, acho válido reduzir riscos na atual conjuntura. Gosto de posições aplicadas na parte intermediária da curva nominal de juros, e posição comprada em NTNBs longas. Ainda acho válido manter hedges vendidos em BRL via estruturas de opção com perda limitada. Olharia para comprar bolsa caso o mercado apresente alguma realização de lucros que torno os preços mais atrativos.

China – O governo chinês divulgou uma meta de crescimento entre 6,5% e 7% para este ano, em linha com as expectativas. Além disso, anunciou um plano de déficit fiscal de 3% para este ano. Havia rumores de que poderia ser anunciado um pacote fiscal amplo e agressivo. O déficit de 3% talvez esteja na ponta de baixo das expectativas.

Acredito que uma postura mais agressiva em relação a política monetária e fiscal é bem vinda, e irá ajudar a suavizar a desaceleração do crescimento chinês. Contudo, os problemas estruturais da economia são gigantescos, e levarão anos para ser equacionados. Assim, não espero uma reação acentuada da economia no curto-prazo.


Continuo gostando de posições vendidas em EUR, na expectativa de medidas agressivas por parte do ECB, além do diferencial crescente de política monetária entre os EUA e a Europa. Gosto de comprar proteção de S&P nos atuais níveis.

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