Brasil: Política e Copom.
Os
ativos de risco estão abrindo a sexta-feira em tom positivo, revertendo parte
do sell-off verificado após a decisão
do ECB na manhã de ontem. Exceto por um fixing
mais forte do CNY contra o USD esta noite, em linha com o movimento do EUR, não
vi motivos adicionais para este movimento. Assim, me parece que o mercado ainda
esteja digerindo a decisão anunciada pelo ECB, e seus impactos nos ativos de
risco.
A agenda
do dia será esvaziada.
No Brasil, o quadro político continuará
dominando o cenário, com a possibilidade de uma mudança governamental crescendo
a passos largos. Segundo Monica Bergamo, da Folha, Dilma já se mostra resignada
com a possibilidade de um fim antecipado de seu mandato.
No mesmo
jornal, uma matéria aponta Michel Temer como grande patrocinador da indicação
de Jorge Zelada para uma diretoria da Petrobras, o que poderia colocar o vice
presidente no centro das investigações da Lava-Jato.
Para
Claudia Safatle, do Valor, não há espaço para cortes de juros no curto-prazo, O Banco Central avalia que o momento,
agora, é de desinflacionar a economia brasileira e não de cortar a taxa básica
de juros (Selic), de 14,25% ao ano. A redução da Selic só deve ocorrer quando
as expectativas do mercado estiverem ancoradas e o cenário gerado pelo modelo
do BC assegurar uma situação bem mais confortável para a inflação, em relação
aos objetivos da autoridade monetária. Essa é a visão de uma autoridade do
governo e ela é mais assertiva do que a que está expressa na ata do Comitê de
Política Monetária (Copom), divulgada ontem. A ata, na leitura do BC, é
"neutra" e o Banco Central está "geladíssimo", comentou. O
documento não traz qualquer menção sobre não reduzir os juros o que deixa as
portas abertas para qualquer decisão daqui a sete semanas, quando ocorrerá a
próxima reunião do Copom. O caminho para a queda da inflação está pavimentado.
Mas as expectativas do mercado e mesmo os prognósticos do BC continuam
desancorados. A expectativa do Focus é de inflação de 7,60% para este ano e de
6% para 2017, pressupondo a taxa de câmbio de R$ 4,70. O cenário de referência
do BC, que considera um câmbio médio de R$ 3,95, também revela inflação do IPCA
acima da meta para os dois anos. E a meta do BC, como reafirmou a fonte, é de
uma inflação de 6,5% este ano e de 4,5% em 2017.
No cenário externo, IEA SAYS OIL
PRICE MAY HAVE BOTTOMED AS HIGH-COST PRODUCERS CUT.
Comentários
Postar um comentário