Humor mais negativo.
Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento negativo iniciado ontem, com o dólar forte no mundo, bolsas e commodities em queda e pressão sobre os ativos emergentes. Hoje pela manhã, contudo, vemos as taxas de juros nos EUA mais estáveis, após forte fechamento ao longo da terça-feira.
A agenda do dia reserva Jobless Claims, Durable Goods Orders, Markit US Services PMI nosEUA. No Brasil, destaque para a taxa de desemprego da PNAD Continua, nova pesquisa que será usada pelo IBGE de agora em diante.
No Brasil, o governo luta com todas as suas forças, usando de todos os artifícios a seu alcance para se manter no poder e evitar o impeachment. Temos um longo e turbulento caminho até o desfecho deste processo, mas ainda não vi nenhum vetor que venha a alterar o cenário base de mudança política no país. Podemos ter ruídos, como a nomeação de Lula para Ministro e como a lista de pagamentos da Odebrecht, mas o caminho para o impedimento de Dilma ainda me parece o cenário base.
No final da tarde de ontem, o Ministro da Fazenda anunciou mais uma mudança baixista (negativa) na meta de superávit primário para este ano. Os números são sem dúvida negativos, mas ainda sim acima do que o mercado vislumbra ser possível atingir na atual conjuntura econômica do país, ou seja, novas revisões serão necessárias em um futuro não muito distante. Enquanto este governo estiver no poder, sem apoio político e social, será extremamente difícil promover um ajuste fiscal e econômico. Assim, a tendência é de piora dos fundamentos do país até que uma solução para o impasse político seja encontrado.
Nos últimos dias, comentei minha visão mais positiva com relação ao dólar no mundo, passado um período de ajuste agressivo de posições. Gostaria de reiterar esta visão e replicar a seguir alguns pontos levantados pelo estrategista de FX do Morgan Stanley:
USD is expected to remain bid, with the potential to end the week at levels consistent with a reversal formation in technical terms. Conditions for USD gaining further ground are almost perfect. First, the position adjustment of USD long positions seems to have completed, with latest data showing hedge funds cutting their bets on further USD gains to the lowest level since 2014. Second, USD trades at a discount relative to rate differentials. For instance, the US 10-year government bond yield premium over Japan's is around 205bp today - the most since September 2014 - and more than 40bp higher than the low seen on February 11 and 13bp higher than last week's low. Third, our ARIA indicator suggests US data coming in strong, which may give way to yield and rate differentials to widen further. Today’s US release of February durable goods orders has the potential to push USD up again should this report come in strong. The generally hawkish Fed’s Bullard suggested that an April Fed rate hike may be justified. Fourth, European uncertainties in respect of Schengen and its impact on domestic security remain high, with the risk of developing a negative feedback loop into the UK’s ‘Brexit’ debate. Recent survey data suggest the lead of the ‘Remain’ campaign declining, leaving market participants with the impression that ‘Brexit’ may be under-priced in GBP markets. Fifth, the ECB hitting back on bank complaints concerning negative interest rates, urging banks to become ‘digital’, leaves the impression that further rate cuts into negative territory may come back on the agenda.
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