Brasil: Complexidade Política e Econômica.
Os ativos de risco estão apresentando uma recuperação, após uma correção verificada ao longo da terça-feira. A agenda do dia terá como destaque o IPCA no Brasil, cuja as expectativas apontam para uma alta em torno de 0,98% MoM.
Brasil – Os jornais de hoje estão recheados de novas evidências em relação aos rumos da Operação Lava-Jato e as eventuais jogadas políticas que podem vir a acontecer nos próximos dias. Os sinais reforçam a recomendação de posições aplicadas na parte intermediária da curva nominal de juros, em conjunto com um hedge vendido em BRL. Veremos alguns pontos:
- A Folha afirma que a delação de Delcídio do Amaral traz citações a outros Senadores, tais como Aécio Neves e Renan Calheiros. Ainda é cedo para afirmar que essas citações podem vir a, de fato, colocar ambos no centro das investigações e da crise política mas, de fato, adiciona uma pitada de complexidade ao cenário;
- Segundo outra reportagem do mesmo jornal, a delação de premiada da Odebrecht deveria afetar em cheio o PT e o PMDB. Contudo, poderia afetar, também, outras siglas, como o PSDB. Aqui, novamente, a confirmação deste fato poderia enfraquecer o discurso da oposição, e tornar um possível governo pós-impeachment ainda mais incerto do que o cenário atual aponta;
- Segundo o Painel da Folha, Dilma estaria oferecendo um Ministério a Lula, para evitar uma possível prisão do ex-presidente. Lula reluta em aceitar, mas não podemos descartar esta jogada. A aceitação por parte do ex-presidente mostraria uma imensa disposição em enfrentar a crise política de maneira mais frontal e agressiva. Na minha visão, aumentaria a chance de uma guinada a esquerda da economia;
- No campo econômico, o Estado fala na utilização dos bancos públicos na maior oferta de crédito, como meio de estimular a economia. O BCB estaria estudando, ainda, novas maneiras de estimular o setor imobiliários talvez, abaixando o compulsório;
- No Valor, um artigo fala na inquietação de alguns membros do BCB para baixar a taxa de juros em um ambiente de recessão aguda. Me parece cada vez mais clara que o espaço para alta de juros está se esvaindo. O próximo passo deste BCB, assim, deverá ser um ciclo de corte de juros. Resta saber, quando irão dar início a este processo;
- Finalmente, segundo nossa área econômica, discussões de reforma da previdência ficando para o segundo semestre, desconto temporário no pagamento dos serviços das dívidas por estados e municípios totalizando R$37bi até 2018 e afrouxamento do crédito imobiliário da Caixa estão deteriorando ainda mais o cenário fiscal e quasi-fiscal...
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