Tom positivo continua.

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento positivo iniciado após o discurso de Yellen ontem. Seu tom dovish acabou dando ímpeto aos mercados, criando uma certa proteção, pelo menos no curto-prazo, aos ativos de risco. Na agenda do dia, o ADP Employment será o destaque desta quarta-feira, como o último e um dos melhores indicadores antecedentes para o Payroll agendado para sexta-feira.

No Brasil, no final da tarde de ontem, o governo divulgou um déficit fiscal primário gigantesco, muito pior do que as expectativas do mercado para o mês de fevereiro. Segundo nossa área econômica, o resultado primário ficou bem pior do que o esperado (surpresa de R$11bi com relação à mediana de mercado). A surpresa ficou concentrada nas despesas obrigatórias (abono salarial e seguro desemprego) e nas despesas discricionárias. Enquanto este governo estiver no poder, deveremos observar uma piora galopante no cenário econômico e, em especial, nas contas públicas e no ajuste fiscal. Entramos na fase do “vale tudo”. O governo está fazendo, e fará, tudo que estiver ao seu alcance para evitar o impeachment e, dentre essas opções, está a utilização da máquina pública para conquistar aliados e a sociedade.


Os jornais de hoje continuam especulando o que seria um novo governo, desta vez liderado por Michel Temer. Alas da sociedade sinalizam que continuarão em seu papel de lutar contra o aumento de impostos, como afirma o presidente da FIESP em entrevista a jornais locais. Dilma continua em sua batalha por aliados, e deverá promover uma nova reforma ministerial em busca de apoio de partidos que ainda estão na base de seu governo.

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