Daily News – Sem Evoluções

A noite foi de elevada volatilidade dos ativos de risco, com claros sinais de que ainda existem diversas fragilidades no mercado. O destaque da manhã fica por conta do “short squeeze” no Nickel, que chegou a bater $100k a tonelada e precisou ser suspenso na bolsa de Londres. Há rumores de produtores que estavam “vendidos” a título de “hedge” e podem estar com perdas bilionárias nos “books”:

 



A inflação continua sendo o principal vetor primário de contágio da guerra na Ucrânia ao resto do mundo:


 

A segunda derivada deste evento será a perda de poder de compra e eventual desaceleração do crescimento, especialmente em bens discricionários. Há sinais de mercado que já sinalizam para potencial recessão da economia nos próximos meses:

 


Isso tudo ocorre em um momento em que as alocações a ações, especialmente nos EUA, ainda são historicamente elevadas. O mercado precisa de tempo (eu diria que meses, não semanas ou dias) para se ajustar:

 


No Brasil, o foco está nas discussões do governo de como subsidiar os combustíveis e da defasagem de quase 50% do preço da gasolina da Petrobras em relação a paridade internacional. As discussões envolvem, entre várias opções, subsídios fiscais. No atual estágio do ciclo, isso é visto com elevada preocupação pelo mercado.

 

Não a toa, vimos uma forte reação negativa dos ativos locais as propostas ventiladas na mídia: Alta do dólar, queda da bolsa (liderada pelas ações da Petrobras) e abertura de taxa de juros, com claro viés de “bear steepening” da curva (taxas longas abrindo mais do que as taxas curtas).

 

Estamos entrando em uma fase mais desafiadora do ciclo econômico global. Passado o fluxo de começo de ano para Brasil, se não mantidos nossos fundamentos mais positivos em relação a nossos pares internacionais, iremos ser colocados na mesma cesta que Turquia, África do Sul, Rússia e afins.

 

Assim, é extremamente importante ao país mostrar austeridade e tomar cuidado em como as medidas serão executadas. Caso contrário, teremos que lidar com pressão elevada em nossos ativos financeiros, com impacto não desprezível na economia (crescimento e inflação), que acaba afetando a população de baixa renda de maneira mais aguda.

 

Nossa carta mensal foi divulgada ontem: https://www.taginvest.com.br/arquivos/carta-mensal-fevereiro-2022-vf.pdf.

 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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