Daily News – Mercados estão “embriagos” pelos bancos centrais.


Os ativos de risco, liderados pelas bolsas, estão mostrando recuperação adicional.

Como comentei ontem, os mercados continuam “operando” o suporte sinalizado pelos bancos centrais das principais economias do mundo, enquanto o cenário econômico segue sinalizando para um quadro de extrema fragilidade do crescimento.

Acredito que neste estágio do ciclo econômico, este suporte dos bancos centrais, em algum momento do tempo, terá limite e não será suficiente para conter um ciclo econômico mais negativo e, eventualmente, um pano de fundo mais desafiador para os ativos de risco.

Balanço G4 vs Agregados Monetários vs Bolsas

Fonte: Bloomberg.

Não há novidades relevantes no Brasil, exceto pela decisão do STF que deve dar espaço para a Petrobrás e algumas outras estatais venderem suas subsidiárias com menor intervenção do legislativo e do judiciário. A venda total de estatais, contudo, precisará ser referendada pelo congresso, segundo decisão do STF.

Na Europa, ontem, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou para medidas de afrouxamento monetário caso a situação da região e/ou do mundo mostre deterioração adicional. Houve curta discussão de corte de juros no curto-prazo, mas de concreto ficou apenas a mudança do “forward guidance” e os detalhes do novo pacote de liquidez, cunhado de LTRO III.

Vejo o BCE com poderes extremamente limitados para lidar com uma eventual crise econômica.

Hoje pela manhã, a produção industrial da Alemanha apresentou queda adicional, expressiva e acima das expectativas, mostrando um quadro bastante negativo para o crescimento. Existe a possibilidade do país já estar em recessão.

*#Germany APR INDUSTRIAL PRODUCTION M/M: -1.9% V -0.5%E (largest drop since August 2014)
*Excluding construction, IP fell 2.3% MoM in April. *Excluding construction and energy, IP fell 2.5% MoM in April.


Alemanha - Produção Industrial

Fonte: Bloomberg.

Na agenda do dia, destaque para os dados de emprego de maio nos EUA. Uma desaceleração aos moldes daquela observada no ADP Employment pode levar a intepretações mais negativas em relação a saúde econômica do país, que vinha sendo o último pilar de sustentação da economia global.

Continuo recomendando portfólios defensivos internacionalmente, favorecendo renda fixa à renda variável, além de proteções adicionais, tais como Ouro, JPY, vendas de S&P e spreads de Itália e Espanha contra Bunds da Alemanha.

No Brasil, gosto de portfólios mais balanceados. Gosto estruturalmente da parte intermediária e longa da curva de juros, mas entendo que o valuation/preço esteja esticado no curto-prazo. Gosto do mercado de renda variável, porém alocados via gestores mais ativos e de valor. Não tenho visão estrutural para o câmbio (BRL).

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