Daily News – Europa, Draghi, BNDES, Odebrecht, Posição Técnica.


O destaque desta manhã ficou por conta das declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE) de que novas medidas de afrouxamento monetário serão implementadas caso o cenário prospectivo não mostre recuperação.

Os ativos de risco reagem de maneira clássica, com queda do EUR, alta do Ouro, fechamento das taxas de juros no mundo desenvolvido e alta das bolsas.

Acredito que fazer “mais do mesmo” que já foi feito ao longo dos últimos 10 anos não será suficiente no longo-prazo para alterar a rota da economia global e, em especial, da economia da Europa. Entendo que este tipo de sinalização ajuda a dar suporte às bolsas no curto-prazo, mas tenho enorme receio do cenário de médio e longo-prazo. As medidas “convencionais” conhecidas nos trouxeram até aqui, um cenário de crescimento global baixo, para não dizer pífio, e de sustentação duvidosa. Porque acreditar que fazer “mais do mesmo” será suficiente para dar sustentação a economia e aos mercados?

Nesta linha, o ZEW – um dos principais indicadores de confiança da Europa – apresentou forte queda em junho na Alemanha, mostrando deterioração adicional da economia.



Um outro pilar de sustentação dos ativos de risco no curto-prazo fica por conta de uma posição técnica aparentemente saudável, como mostra a pesquisa da Merrill Lynch, uma das mais completas e respeitadas do mercado. A pesquisa mostra os investidores com posições bastante defensivas e um aumento expressivo do “caixa” (“cash”) nos últimos meses:




No Brasil, o BNDES tem um novo presidente indicado. A primeira impressão é de que o executivo indicado está alinhado com a política econômica liberal do governo e disposto a tocar a agenda de total mudança de estrutura da instituição, focando em devolver recursos ao Tesouro, reduzir o financiamento para grandes empresas, focar em infraestrutura, saneamento, privatizações e no micro e pequeno empresário. A diretriz do banco, que me parece correta, é reduzir o apoio/suporte aqueles que tem acesso a recursos do setor privado – como as grandes empresas – focando nos setores da economia em que os recursos não fluem devido ao desinteresse privado.

Me parece que este ruído foi superado de forma rápida e ágil e em breve não estaremos mais falando sobre este tema.

Após um longo-processo, a Odebrecht entrou com pedido de recuperação judicial. Está medida era em parte esperada. Grandes instituições financeiras e alguns setores do mercado de capitais tinham exposição relevante a instituição, dado o tamanho de quase R$100bi de dívida da empresa. É um caso pontual de problema que precisará ser endereçado pelo mercado ao longo do tempo. Alguma marcação a mercado adicional precisará ser efetuada e os bancos devem fazer provisões ainda maiores.

A Reforma da Previdência parece estar fluido, a despeito de todos os ruídos e obstáculos envolvendo o governo.




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