Daily News – Fed ao resgate.


Os ativos de risco apresentaram ontem forte recuperação, após o presidente do Fed sinalizar para a possibilidade de quedas nas taxas de juros nos EUA. Os ativos no Brasil acabaram se favorecendo deste pano de fundo internacional, além dos avanços na agenda de reformas econômicas.



Destaque para o forte fechamento das taxas de juros, “flattening” da curva e queda do dólar no Brasil.

No cenário local, a produção industrial apresentou alta de 0,3% MoM mas queda de 3,9% YoY. A despeito de abaixo das expectativas, grande parte da surpresa ficou por conta da queda em Mineração. A abertura do indicador apresentou um quadro qualitativo melhor do que o número fechado supõem. Contudo, o cenário ainda é de baixo crescimento da economia local.



No campo político, continuo a ver avanços na agenda do Congresso, que sinaliza para algum tipo de articulação em torno da agenda econômica em prol do país.

No cenário internacional, o destaque absoluto ficou por conta da sinalização de Powell – presidente do Fed – para a possibilidade de cortes nas taxas de juros dos EUA.

Está postura pode vir a dar alguma sustentação temporária aos ativos de risco globais, mas continuo com receio de que o cenário estrutural seja ainda muito mais desafiador. Entendo que nos EUA o Fed ainda tenho instrumentos para administrar algum tipo de desaceleração da economia, mas a situação na Europa é muito mais crítica pelos sinais desastrosos da situação econômica e pela ausência de instrumentos para lidar com uma nova crise. A situação na China é menos dramática, mas uma desaceleração adicional da economia teria impactos secundários no mundo de difícil mensuração, mas certamente negativos.

Assim, mantenho minha visão de que estamos no estágio final do ciclo econômico. A postura dos Bancos Centrais podem estender este ciclo por alguns meses, mas dificilmente poderão evita-lo. Espero a continuidade de um cenário de volatilidade dos ativos de risco, porém sem direção ou tendência clara.

Neste ambiente, prefiro renda fixa (RF) à renda variável nos portfólios internacionais, sendo ativos soberanos e duration nos EUA as melhores opções. Fundos de RF ativos e “unconstrain” fazem sentido, assim como fundos “alternativos” mais ativos e de nicho. Para um estágio final de ciclo, não gosto de posições em dívida corporativa, exceto em fundos ativos de gestores com visão mais cautelosa.

No Brasil, sigo gostando de um portfólio balanceado. Neste momento, o mercado de juros me parece o mais óbvio, mas vejo preços um pouco esticados no curto-prazo. Gosto de renda variável local estruturalmente e tenho menos opinião em relação ao câmbio, pois acho que ficará em uma grande banda por algum tempo (em torno de 3,75-4,00).

Os PMIs finais na Europa apresentaram alguma recuperação em sua leitura final, mas pouco alteram o cenário de crescimento desafiador. Alguma estabilização era mais do que esperada após a pressão recente:


As exportações de semi condutores da Coreia do Sul - um bom termômetro para o crescimento global - continua apontando para uma situação de fragilidade da economia mundial.


A despeito da recente recuperação dos ativos na Itália, a situação política do paí segue delicada, com o governo a beira de um colapso e com uma demanda crescente por afrouxamento fiscal.


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