Daily News – Bancos centrais serão capazes de sustentar os mercados?
As bolsas globais apresentaram ontem mais um dia de recuperação
(exceção feita ao Brasil) e estão mantendo a tendência esta manhã.
No Brasil, a quarta-feira foi de realização de lucros nos
ativos locais, com alguns ruídos envolvendo a agenda de reformas e uma possível
mudança do teto dos gastos divulgadas como rumor pela mídia.
No cenário internacional, interessante notar a recuperação
das bolsas que, na minha, visão está intimamente ligada a sinalização de corte
de juros por parte do Fed, mesmo em meio a movimentos que ainda inspiram
cautela, como a forte queda do Petróleo, a alta do Ouro e o dólar fraco no
mundo.
Acredito que estamos em um ambiente global ainda desafiador,
onde os dados econômicos estão corroborando um cenário de desaceleração
adicional do crescimento e possível recessão global (vide gráficos abaixo).
Contudo, a postura mais agressiva dos bancos centrais das economias
desenvolvidas no curto-prazo pode ajudar a dar algum suporte de curto-prazo aos
ativos de risco, em especial as bolsas. Tenho enorme dúvida se isso será
estrutural, permanente, e por quanto tempo pode prevalecer essa sensação de que
o poder de manobra dos bancos centrais ainda é relevante.
Por isso, recomendo proteções e portfólios que costumam apresentar
bom desempenho nesta fase do ciclo econômico, e que venho chamando a atenção
desde o início do ano: Compra de JPY e Ouro, posições vendidas em S&P (ou puts)
e posição tomada em spreads de Itália e Espanha contra o Bund.
Nos EUA, ontem vimos um alta de apenas 27 mil postos de trabalho
pelo ADP Employment, uma forte desaceleração dos meses anteriores. Um mês não
costuma dizer muita coisa e qualquer interpretação pode soar exagerada.
Contudo, é um sinal de alerta para o crescimento dos EUA.
Hoje teremos decisão do Banco Central Europeu (BCE), e medidas
adicionais e agressivas de suporte à economia já são amplamente esperadas. O BCE
precisará superar as expectativas para conseguir ajudar a Europa a sair de uma
situação extremamente delicada.
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