Giro do Final de Semana

By Dan Kawa

 

A semana passada foi marcada por alguns eventos e, por ordem, de importância:

 

1 – Dados mais positivos de PMI´s/ISM no mundo desenvolvido. Os números mostraram que a economia da Europa e dos EUA ainda se mostram saudáveis, mesmo que não robustas;






2 – Dados de inflação ainda elevados, com foi o caso da enorme surpresa altista nos dados do Reino Unido;

3 – O resultado corporativo trimestral dos grandes bancos nos EUA foram marginalmente melhores do que o esperado, afastando, momentaneamente, o receio do mercado em relação ao setor bancário.

 

Um quarto evento pode ser adicionado a esta lista. A despeito de dados positivos de crescimento na China, o movimento de pressão em algumas commodities metálicas, como a forte queda do Minério de Ferro (do Cobre e de outros metais), me chamou a atenção.

 

Em linhas gerais, ainda acredito que estamos em uma fase de transição do ciclo econômico. Estamos passando da fase da “Inflação” para a fase da “Desaceleração do Crescimento”. Neste ínterim, ainda não está claro (nem óbvio) qual o timing, velocidade, magnitude e duração dessa desaceleração e se ela irá se transformar em “recessão”.

 

Neste estágio do ciclo, para piorar, ainda temos uma inflação excessivamente elevada. Há um risco, que seria muito negativo, de convivermos com inflação alta e recessão. Há um outro risco, que seria muito positivo, da inflação desacelerar, sem que a economia entre em recessão.

 

Neste momento, há mais dúvidas do que certezas. Ainda estou no campo de que teremos recessão nos próximos 6 a 12 meses e ela irá surpreender negativamente o mercado.  Este momento, contudo, isso não está claro nos dados econômicos e nem óbvio de que irá ocorrer.

 

A semana que se aproxima terá como destaque os resultados corporativos de algumas das “Big Techs”, com grande participação nos índices acionários americanos. O resultado de alguns bancos regionais merece atenção.

 

O mercado seguirá de olho em como encontra-se o balanceamento entre inflação e crescimento ao redor do mundo.

 

No Brasil, as propostas e decisões de alguns dos 3 entes federativos (Executivo, Legislativo e Judiciário) têm trazido ruídos, incertezas e volatilidade aos ativos locais, após um período – pontual e passageiro – de melhor desempenho dos ativos locais.

 

A direção da Taxa Selic segue sendo um dos (se não o principal) vetor para a direção e dinâmica dos ativos locais. O BCB e os economistas estão desconfortáveis com a desancoragem das expectativas de inflação. Os políticos, empresários e traders estão assustados com a possibilidade de desaceleração da economia e recessão no país.

 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.

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