Daily News – Crescimento em Foco
O período de resultados corporativos nos EUA continua a ditar a dinâmica de curto-prazo dos ativos de risco. O bom resultado de algumas poucas, porém grandes empresas americanas – as chamadas “Big Techs” – vêm surpreendendo positivamente e sustentando a alta recente da bolsa.
Isso ocorre mesmo diante de sinais menos
positivos de outros setores da bolsa e da economia. Em suma, poucas ações,
neste período, explicam parte relevante do movimento mais positivo do mercado.
Em termos econômicos, o PIB dos EUA,
divulgado ontem, ficou abaixo das expectativas do mercado. O número mostrou
desaceleração do crescimento, com uma inflação ainda elevada. Este é um pano de
fundo perigoso para os ativos de risco nos próximos meses.
No Brasil, o indicador de Serviços
mostrou um crescimento ainda robusto no país. O CAGED, indicador de emprego,
também apresentou uma criação de vagas de trabalho acima do esperado em março:
O que me chamou mais a atenção na quinta-feira
foi o péssimo resultados do governo central, com um déficit de R$7bi, muito
acima das expectativas de relativa estabilidade desta conta no mês.
Na abertura do indicador, vemos
gastos acima do esperado, em um ambiente de arrecadação aquém das expectativas.
No começo de um governo em que se questiona a capacidade de ajuste fiscal, um
número como este acende um novo sinal de alerta.
Na Alemanha, o PIB do 1Q ficou
estável, abaixo das expectativas de alta de 0,2% QoQ. Estamos em uma fase do
ciclo econômico em que os indicadores de crescimento estão mistos e
inconclusivos. Contudo, há sinais de desaceleração do crescimento que precisam
ser monitorados:
Meu cenário base ainda contempla uma
desaceleração mais acentuada do crescimento global ao longo do ano. Alguns
países do mundo já apresentam sinais um pouco mais negativos neste sentido.
Resta saber se são problemas localizados, ou sinais mais preocupantes para o
resto do mundo:
O mercado continua com foco nos
indicadores monetários e de crédito da economia americana, que podem ser um
vetor adicional de contração da economia. Os dados recentes mantêm um clima de
apreensão pela forte desaceleração após os eventos bancários nos EUA:
As próximas 72h serão fundamentais
para o First Republic Bank (FRC), o 14º maior banco americano por depósitos,
cuja ação foi dizimada esta semana, é que está no “olho do furacão” da crise neste
momento.
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
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