Daily News – The Recession Feeling

Os ativos de risco operando próximos a estabilidade, neste momento. O destaque de ontem ficou por conta da divulgação do ISM Manufacturing nos EUA. O ISM é um indicador coincidente da econômica, que costuma ser um termômetro bastante preciso em relação a temperatura do crescimento.

 

O ISM Manufacturing ficou abaixo das expectativas do mercado, apresentou queda e permaneceu abaixo do patamar de 50pts, que é o limiar entre a expansão e contração da economia. A abertura do indicador mostrou também sinais evidentes de aumento da probabilidade de recessão no país:

 



O mercado está na fase do ciclo em que precifica o fim (e, até mesmo, a inversão) do ciclo de alta de juros, mas ainda não precifica de maneira mais incisiva uma desaceleração mais acentuada do crescimento. Isso tem dado suporte a ativos de maior duration e/ou defensivos (bonds, ouro, ações de “growth” e etc).

 

A divulgação do ISM Serviços hoje pode ser fundamental para medirmos a real temperatura da economia, assim como os dados de emprego ao longo da segunda metade da semana.

 

Contudo, este cenário é um equilíbrio instável. Caso a economia desacelere, como eu espero, o mercado deveria pedir mais prêmio em alguns ativos de risco, como a bolsa dos EUA. Caso a economia não desacelere, os juros deverão ficar mais altos, por mais tempo, pressionando os ativos de duration mais longa.

 

De qualquer forma, está claro que os ativos de deverão ser destaque nesta nova fase do ciclo serão diferentes dos ativos que foram destaque ou mais pressionados na fase anterior do ciclo, em 2022, onde a Inflação era o tema central.

 

Há um risco, ainda reduzido, de termos que conviver com inflação alta e desaceleração econômica. Este não é o cenário base, mas seria um “cenário de cauda” bastante negativa para os ativos de risco como um todo.

 

Sigo preocupado com o cenário para o mercado imobiliário nos EUA, seus impactos econômicos e no setor financeiro/bancário (fonte: Morgan Stanley):

 


No Brasil, o mercado de câmbio e juros continuam a apresentar desempenho mais construtivo, com os juros longos abaixo de 12% após alguns meses, e o câmbio testando a banda de 5,05 e 5,10. As notícias de mudanças de impostos e/ou necessidade de aumento de arrecadação, contudo, continuam pressionando setores específicos da bolsa e mantendo o índice Ibovespa mais pressionado.

 

*As análises e opiniões são pessoais e não representam uma visão institucional.

 

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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