Daily News – Riscos & Tendências.
Os ativos emergentes vêm passando por um período de mais pressão, o que tem levado a uma depreciação dos ativos no Brasil. Vamos aos fatos:
Na China, o país parece estar em uma
fase mais avançada do ciclo econômico e passa por um momento de maior ruído
regulatório em sua bolsa, como comentei aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_china-activity-6818256644267417600-Dg97.
Com o
ciclo econômico mais maduro e sinais de acomodação do crescimento, que ficaram
mais evidentes com a divulgação dos PMI´s deste mês, já há rumores de que o
PBoC possa adotar medidas pontuais de alivio monetário, revertendo algumas das
medidas de aperto adotadas nos últimos meses: https://www.reuters.com/article/us-china-bonds-futures/china-govt-bond-futures-jump-after-ex-pboc-official-sees-chances-for-rate-cuts-idUSKCN2ED0LF.
Vale a pena lembrar que o país passa
por algum processo de aperto de suas condições financeiras. Parte deste aperto
é explicado pelas próprias medidas governamentais, mas outra parte por
problemas específicos e pontuais, como a situação em seu mercado de crédito:
O segundo semestre deve ser mais
desafiador para a China, com algumas surpresas não muito agradáveis. Contudo,
há espaço para o alívio pontual de algumas medidas, que deveriam ser capazes de
estender o ciclo econômico, na ausência de um “choque de oferta” mais grave.
No mundo ex-China, há sinais (e algum
receio) de uma desaceleração mais forte do crescimento após a recuperação em “V”
pós pandemia. Espero uma acomodação natural do crescimento na próxima fase do
ciclo, mas na ausência de um “choque de oferta” ou de um erro de política
monetária, ainda acho difícil acreditar que o ciclo “morrerá de causas naturais”:
O quadro técnico ainda demanda
cautela e deve causar espasmos pontuais de volatilidade no atual nível de preços
de alguns mercados internacionais:
No Brasil, diante deste pano de fundo
internacional e após o bom desempenho de nossos ativos em junho, temos vivenciado
uma correção maior de nossa bolsa e da taxa de câmbio. O mercado de juros já
vinha em trajetória de abertura de taxas.
Ainda não vejo motivos claros para
uma inversão para uma tendência mais negativa.
O cenário político é frágil e a CPI
vem conseguindo causar constrangimento e ruído ao governo. Sua popularidade cai
a cada dia, mas ainda não há uma perda completa de apoio popular e/ou do
Congresso para que o impeachment ganhe corpo de forma mais concreta. O “fator
jurídico” também ainda não existe com provas concretas.
Nosso cenário de vacinação está em
trajetória de melhora, assim como a crise sanitária. O BCB está atuando com
credibilidade para evitar uma escalada ainda maior da inflação.
De qualquer forma, é verdade que
existem riscos que não podem ser ignorados (político, eleição, Reforma Tributária,
Crise Hídrica, inflação) e devem manter o cenário deste segundo semestre um
pouco mais desafiador para os ativos locais.
Adicionamos proteções aos portfólios no final de junho, mantivemos nossa alocação de ações em gestores mais “ativos” e de “valor” e com a recuperação da economia ainda não vemos aumento de risco para o mercado de crédito “High Yield” local.
*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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