Daily News – O “Delta” do Crescimento Global.

Os ativos de risco estão apresentando movimento de acomodação, após uma sexta-feira de otimismo. Destaque negativo para os “play de reabertura”, com as ações de companhias aéreas mostrando desempenho negativo novamente:





A despeito da Variante “Delta” estar nos holofotes, ela ainda não parece se apresentar como um problema econômico. O número de casos mostra alta em alguns países, mas ainda não uma aceleração do número de internações e óbitos. Isso pode atrasar a recuperação, mas ainda não parece capaz de freai-la por completo. Vejamos os dados do Reino Unido:



Um debate que ganha corpo, contudo, é a capacidade da economia global de manter a tração do crescimento após o fim da recuperação em “V” após a pandemia. O caso de Israel, país mais adianto neste processo, mostra que pode haver restrições a continuidade do crescimento no ritmo atual:




 

Na sexta-feira, a atuação do governo chinês no corte de compulsório foi visto pelo mercado como um sinal, ou um “seguro”, contra desacelerações mais acentuadas do crescimento global. Isso acabou ajudando a dar ímpeto aos ativos cíclicos em detrimento aos ativos de crescimento.

 

Nas últimas semanas, essa tendência havia sido interrompida, com forte apreciação de “crescimento” vs “cíclicos”. Acredito que o segundo semestre possa ser mais incerto e desafiador, mas ainda trabalho com um pano de fundo construtivo para a economia global e os mercados.

 

Essa tendência positiva será interrompida, em alguns momentos, por espasmos de volatilidade, como está semana. Deveremos monitorar: inflação nos EUA, crescimento na China, política monetária global, política no Brasil como vetores de risco.

 

A expectativa de acomodação do crescimento global pode gerar ruídos negativos, mas também pode estender a política monetária expansionista no mundo. O maior risco para os ativos de risco, assim, seria um cenário de inflação acelerando com crescimento desacelerando no mundo.

 

No Brasil, o ambiente político segue em foco e em situação mais frágil nas últimas semanas. O debate da Reforma Tributária é foco no debate da Câmara e da sociedade.


*As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.

Dan H. Kawa

CIO TAG Investimentos

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