Daily News – O Dia D, a Hora F(ed) e a Hora C(opom)
Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, a espera da decisão de política monetária do Fed, nos EUA.
Espero que o Fed irá manter sua
política monetária inalterada, mas deve promover importantes alterações e seu
comunicado. O Fed precisará incorporar em sua linguagem uma atualização mais
otimista de crescimento e sinais de uma inflação mais elevada.
Acredito que pode haver alguma
sinalização do começo de um debate em torno da redução do QE, assim como alguma
revisão em relação ao timing do começo do processo de normalização monetária. A
meu ver, parte disso já está incorporado nos preços do mercado.
A surpresa seria se o Fed optar por iniciar
parte deste processo já no curto-prazo, o que poderia trazer algum tipo de reação
mais negativa dos ativos de risco. Isso vale também para a eventual, porém improvável,
retirada da sinalização de que a inflação corrente é transitória.
No Brasil, a reunião do Copom deve trazer
mais uma elevação da Taxa Selic em 75bps para 4,25%. Acho prudente o BCB
retirar a sinalização de que o ajuste de política monetária será parcial,
diante dos novos vetores inflacionários e dos sinais mais robustos de crescimento.
A curva de juros futura já precifica
um alta muito mais acentuada da Selic do que aquela sinalizada pelo BCB. Espero
uma Selic de 6,5% no final deste ano e a possível continuação do ciclo de alta
no ano que vem, com a Taxa a 7,5%.
No cenário econômico, na China, os indicadores de atividade econômica de maio ficaram abaixo das expectativas do mercado:
Vejo duas implicações dos números de hoje.
( (1) Uma maturação
natural do ciclo econômico, que pode trazer alguma acomodação nas teses de
investimentos que vinham sendo regra nos últimos meses, como a alta de
commodities.
( (2) O
arrefecimento da atividade acaba gerando menos necessidade de medidas de aperto
monetário, fiscal e creditício.
Por ora, a desaceleração não me
parece forte o suficiente para alterar o cenário construtivo para o crescimento
global. Parte desta acomodação se dá pela fase mais avançada do ciclo econômico
chinês, e será compensada pela aceleração de Europa, EUA e demais países emergentes.
De qualquer forma, mantido este cenário
de desaceleração, algumas teses de investimentos podem mudar. Assim, precisamos
acompanhar os próximos meses no detalhe para entender a velocidade e magnitude
deste movimento:
Nos EUA, a reabertura econômica segue
dinâmica favorável:
No Reino Unido, a inflação de maio
ficou acima das expectativas, mantendo acessa os riscos inflacionários globais:
No Brasil, voltamos a conviver com
ideais incomodas de aumento do Bolsa Família e o risco de uma possível retirada
do programa do Teto dos Gastos. Obviamente, isso seria uma medida drástica e
visto coo bastante negativa pelo mercado, caso efetivada.
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão
institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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