Daily News – Vacina: Um ponto de inflexão para a crise. Agora ou depois?

A segunda-feira foi marcada pela notícia de que uma das vacinas em estudo contra o Covid-19 apresentou resultado positivo e muito promissor para este estágio de testes. Vimos um "risk-on" generalizado nos ativos de risco.

Interessante observar que os ativos de maior "beta" e que vinham sofrendo mais com o cenário apresentaram desempenho ainda melhor, um movimento natural para um dia como este. O caso dos ativos no Brasil exemplifica bem este tipo de dinâmica, com forte alta das ações mais cíclicas locais e acentuada queda do dólar.

Eu acredito que uma vacina seria um importante ponto de inflexão (divisor de águas) para esta crise. Acredito que o mercado tentará antecipar está "descoberta".

Por ora, mantenho minha visão de que o mercado deva continuar operando em "bandas", com alguma volatilidade, porém sem tendência definida, até termos uma visibilidade em torno do tamanho e duração da crise.

Novos avanços nos testes das vacinas podem ser a visibilidade que precisamos para uma tendência mais positiva e estrutural dos ativos de risco. A conferir.

Hoje pela manhã estamos observando alguma acomodação, pequena realização de lucros das altas verificadas ontem, o que é amplamente normal neste cenário.

Interessante observar que na Alemanha, o ZEW – um dos indicadores de confiança mais importantes da Europa – ficou acima das expectativas do mercado.

Além disso, o indicador de expectativas apresentou forte alta, mostrando que existe “esperanças” de uma recuperação econômica uma vez passado o auge da crise de contaminação:



Vale lembrar que a Alemanha começou a reabrir sua economia de maneira gradual e responsável a cerca de 2 semanas, e isso já parece apresentar impacto positivo nos indicadores econômicos.

Eu sou da opinião de que o mercado irá punir os países/regiões que tentarem promover uma reabertura desorganizada, na base da pressão, sem que haja um protocolo correto de como será essa retomada.

Isso eleva a probabilidade de uma segunda (grande) onda de contaminação, aumentam as chances de novas quarentenas e “lockdowns”, e torna o cenário incerto e pouco visível, tudo que o empresário e os investidores mais abominam.

Os países que forem capazes de tornar este processo mais robusto, tendem a ser favorecidos. O que vimos na Alemanha foram testes em massa, um respeito imenso as quarentenas, uma sociedade respeitando o distanciamento social e afins.

Assim, os números de contaminados e as fatalidades no país foram mais moderadas do que em seus vizinhos Europeus. Hoje, o país está conseguindo reabrir antes e de maneira mais saudável do que os seus pares. Pelo menos, é isso que temos até agora.

Nos EUA, interessante observar como está ocorrendo a retomada de alguns setores onde a presença física é importante no "varejo":


Continuamos a ver uma divergência elevada entre os setores e estratégias no mercado de renda variável, o que confirma minha teses de que bons gestores "ativos" e de "valor" tenderão a apresentar melhor desempenho no ambiente atual.


Por fim, nos preços atuais, o S&P500 já não apresenta um "yield" tão atrativo como no auge da crise em março.



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