Petróleo
O final de semana foi marcado pela
notícia de que uma importante base de produção de Petróleo na Arábia
Saudita foi atacada por drones da milícia de Houthis, que estão em guerra no
Yemen e vem promovendo ataques recorrentes no país vizinho.
Este, contudo, foi o maior e mais
efetivo ataque até o momento.
As primeiras notícias eram de que
metade da produção do país teriam sido afetada. Os últimos rumores são de que
metade da produção afetada, ou 25% da produção do país, serão retomadas no
curto-prazo.
Segundo a mídia, existem estoques
relevantes de Petróleo do próprio país que poderiam ser utilizados e uma
reunião da OPEP poderia ser convocada para garantir o abastecimento mundial.
A Arábia Saudita representa uma produção em torno de
10mm de barris por dia ou cerca de 10% da produção mundial. A queda na produção
seria expressiva no curto-prazo.
Precisamos entender os impactos de curto-prazo e os
impactos de longo-prazo desta situação.
No curto-prazo, é natural que os preços apresentem
uma alta expressiva, na ordem de $5 a $10 por barril. Não apenas a notícia é
relevante, como existe um quadro técnico do petróleo que era bastante negativo
e pode pegar vários investidores/especuladores no “contrapé”.
No médio-prazo, a produção deve ser reestabelecida,
trazendo alento ao mercado e alguma racionalidade.
No longo-prazo, contudo, deve pairar sobre o petróleo
um aumento de prêmio de risco para eventuais situações semelhantes a essa no
futuro.
Os EUA acusaram o Irã de participar ou ser fiador do
ataque, o que traz um vetor a mais de incerteza ao cenário, por colocar a
situação em um âmbito geopolítico maior.
Os impactos econômicos dependerão do tempo que levará
para a produção ser reestabelecida e o nível de equilíbrios do preço do
petróleo em prazos mais longos.
Sem dúvida, é um evento de “risk-off” de curto-prazo.
Contudo, o tempo de duração deste “risk-off”, e seus impactos econômicos,
dependem de variáveis que ainda temos mais incerteza do que respostas
concretas.
Vamos analisar as próximas notícias e seus desenvolvimentos
para entendermos melhor seus impactos econômicos e nos mercados. A crise do
petróleo da década de 70 poderá ser um balizador caso a situação avance em
direção pior, o que ainda não é verdade e não é o cenário base.
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