Os limites da política monetária
Hoje pode ter sido
um dia importante para a história econômica global. O Banco Central Europeu
(BCE) anunciou um pacote, aparentemente e relativamente, agressivo de expansão
monetária, com queda de juros, uma nova rodada de Quantitative Easing (QE) e um
“Forward Guidance” que pressupõe um QE praticamente infinito, se necessário.
Contudo, dados os
efeitos colaterais dessas medidas, um sistema de TIER foi anunciado, para
aliviar os efeitos negativos no setor bancário.
Este, contudo, não é
o único efeito colateral (ou limite) das medidas. O próprio Draghi foi claro em
relação aos limites da política monetária e da necessidade de uma coordenação
mais ampla e proativa no tocante a política fiscal.
O corte de juros e o
QE atuam de maneira a “empurrar” os investidores para ativos de mais risco,
elevando seus preços, criando liquidez na economia e, consequentemente, na
teoria, “criando” crescimento.
O problema é que
este experimento já dura cerca de 10 anos. Os ativos de risco, em geral, já
estão em níveis elevados nessas economias. É questionável se isso evitou uma
crise econômica de proporções maiores. Entretanto, o que temos hoje, é um
crescimento pífio e uma inflação excessivamente baixa em várias economias
desenvolvidas.
Não parece que será
fazendo “mais do mesmo” que teremos um resultado diferente.
Pela primeira vez em
algum tempo, contudo, vemos uma reação diferente do mercado. EUR subindo, juros
abrindo taxas, dificuldade de desempenho do Ouro, entre outros sinais, são
evidentes na dinâmica do mercado.
A posição técnica e
os valuations explicam parte desses movimentos. Todavia, existe um pano de
fundo econômico que precisa ser entendido e melhor compreendido.
O ambiente de
curto-prazo ainda me parece mais construtivo, dado a narrativa da Guerra
Comercial e as esperanças de recuperação do crescimento. Contudo, ainda existem
enormes desafios de longo-prazo para a economia mundial e os mercados
financeiros globais.
Este pode ser o
início de um novo ambiente, ou apenas uma reação pontual. Tendo a acreditar que
os limites da política monetária podem estar mais perto...e isso pode ter
impactos relevantes para o mundo.
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