Fundamentos vs Posição



O dia foi marcado pela continuidade dos movimentos verificados ao longo de toda a semana.

Forte alta das taxas de juros do mundo desenvolvido, queda do vetor de “Momentum” e “Growth” na bolsa, alta dos vetores de “Value” e Cíclicos.

Um misto de argumentos explica os movimentos de hoje (e da semana): Expectativa de recuperação do crescimento global, sinalização dada pelo ECB de limites da política monetária, expectativa de estímulo fiscal na Europa, amenização da Guerra Comercial e, talvez mais importe de todos, ajuste de uma posição técnica comprometida nesses ativos e preços/ “valuations” esticados, mesmo que no curto-prazo.

Eu não vejo grandes mudanças de cenário nos últimos dias, mas entendo e respeito os movimentos recentes. É sempre difícil ficar na frente destes fluxos e tentar adivinhar quando eles estarão completos.

Existem argumentos para uma estabilização do crescimento global, mas ainda não vemos isso nos dados econômicos. A reunião do Fed na semana que vem será importante.

Os dados de vendas no varejo nos EUA hoje foram satisfatórios, o crescimento nos EUA continua relativamente saudável, a despeito dos riscos externos. A inflação está em torno da meta e com o acumulo de algumas pressões altistas.

No cenário base, o Fed corta os juros em 25bps e mantém um discurso de “dependência do cenário” para os próximos passos. Em um cenário alternativo, talvez mal precificado hoje, o Fed não corta os juros mas mantém uma “opcionalidade” de cortes futuros.

Os ativos no Brasil sofreram parte dos efeitos desses movimentos globais. Hoje, em especial, tiveram um dia de pressão negativa. A alta nas taxas de juros dos EUA ajuda a explicar o movimento, mas visto a luz de movimentos mais tímidos nos demais ativos emergentes, fica difícil de explicar a pressão local em sua integralidade. O mercado local parece confuso e sem convicção.








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