Daily News – Um update de cenário – Parte II
Os ativos de risco estão operando com leve viés negativo, após dados de atividade econômica de abril fracos e abaixo das expectativas na China. Com o lockdown que assola o país, já era esperado que números fracos fossem divulgados, mas eles conseguiram ficar muito abaixo das expectativas:
No final de semana, comentei mais a fundo do cenário estrutural para o mercado, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/05/daily-news-um-update-de-cenario.html. Recomendo a leitura.
De maneira resumida, sigo cauteloso
com o médio-prazo, mas vejo alguns motivos para alguma acomodação/recuperação
tática dos ativos de risco de curto-prazo. Reforço que sigo mais negativo com o
cenário econômico e para os mercados ao longo deste ano. Não mudei estruturalmente
minha visão.
Ainda espero bastante volatilidade ao
longo do ano e não descarto quedas adicionais de preço.
Em termos de alocação, todavia, após
quedas de 15% no S&P500, 25% na Nasdaq (e quedas muito maiores em ações
individuais) e cerca de 10% em Renda Fixa nos EUA, já há motivos para alocar algum
capital, especialmente aqueles que estavam com caixa mais alto desde o ano
passado, como era o nosso caso.
A alocação deve ser feita
gradualmente e de forma parcimoniosa, pois não acredito que estamos ainda no
final deste ciclo negativo de mercado. Na semana passada, realizamos lucro de
algumas proteções no Ibovespa e no SPY.
Alguns argumentos para essa estabilização
tática dos ativos de risco seriam: Uma posição técnica melhor, valuations menos
“esticados” e sinais de estímulos mais agressivos da China.
A China anunciou que algumas empresas
poderão retornar às atividades econômicas em Shangai essa semana. Além disso,
anunciou um corte mais agressivo da taxa dos mortgages do mercado imobiliário.
Nenhum desses vetores altera estruturalmente os desafios para o crescimento chinês
nos próximos meses, mas traz algum alívio de curto-prazo. Novas medidas
precisarão ser implementadas, mas já é um passo na direção correta.
Nos EUA, há sinais evidentes de
desalavancagem dos Hedge Funds. A posição técnica mais “limpa” não
necessariamente leva a melhoras de mercado, mas ajudam a retirar uma pressão
vendedora de alguns ativos, mesmo que pontualmente:
Os valuations já estão mais alinhados
com a média histórica:
O Brasil me parece refém deste ciclo
e fluxo internacional. Temos nossas idiossincrasias locais, especialmente no
mercado de juros e câmbio mas, no geral, os ativos locais parecem estar
seguindo a dinâmica global de preços.
*As análises e
opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão
institucional.
Dan
H. Kawa
CIO
TAG Investimentos
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